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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S53 (outubro 2024)
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TRATAMENTO DE ÚLCERAS DE PERNA EM PACIENTES COM DOENÇA FALCIFORME: PLASMA RICO EM PLAQUETAS
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RMS Lima, LMA Filho
Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Objetivos

O objetivo desta revisão foi avaliar a eficácia do tratamento com plasma rico em plaquetas em úlceras de perna em pacientes com doença falciforme.

Material e métodos

O presente estudo é uma revisão bibliográfica que foi desenvolvida por meio de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa. A pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed, SciELO e Lilacs, utilizando termos de pesquisa em inglês: “sickle cell”, “hemoglobinopathy”, “leg ulcer”, “platelet-rich plasma” e em português: “anemia falciforme”, “hemoglobinopatia”, “ulcera de perna”, “plasma rico em plaquetas”, com um corte temporal de 2013 a 2023. Os critérios de inclusão foram ensaios clínicos, relatos de casos e artigos de revisão sobre úlceras de perna em pacientes com anemia falciforme, enquanto estudos não pertinentes e duplicatas foram excluídos.

Resultados

O tratamento de úlceras de perna em pacientes com doença falciforme demanda uma abordagem multidisciplinar que inclui o controle da dor, tratamentos locais, combate ao edema e manejo da carga hematológica. Um estudo clínico avaliou a utilização de gel de plaquetas autólogo (GPA) em cinco pacientes do sexo masculino com doença falciforme, com idades entre 29 e 48 anos, todos em estado estacionário e com úlceras variando de 2 meses a 22 anos. O GPA foi aplicado semanalmente por 10 semanas, tanto nas margens quanto no leito das feridas, que foram cobertas com gaze salina úmida. A eficácia do tratamento foi monitorada através da medição das dimensões das úlceras e da avaliação da dor. Adicionalmente, um relato de caso tratou uma úlcera de 10 cm em uma jovem de 20 anos com hemoglobinopatia hereditária, persistente por 8 meses. O Plasma Rico em Plaquetas (PRP), obtido de 40 ml de sangue venoso e ativado com cloreto de cálcio, foi injetado perilesionalmente e intralesionalmente a cada 2 semanas, com o tamanho da úlcera sendo monitorado a cada visita.

Discussão

O estudo clínico evidenciou que o principal sintoma inicial foi dor local, com melhora média após 4 semanas. O GPA promoveu uma liberação significativa de fatores de crescimento (PDGF, TGF-β e VEGF). A adição de cloreto de cálcio reduziu o número de plaquetas e não foram detectados leucócitos no GPA. Três pacientes tiveram redução da área da úlcera de 85,7% a 100% em 7 a 10 semanas, enquanto dois pacientes com úlceras maiores apresentaram reduções de 35,2% e 20,5%. O relato de caso indicou que a úlcera da jovem cicatrizou completamente após 12 semanas.

Conclusão

Os resultados indicam que o GPA, que contém múltiplos fatores de crescimento, é uma alternativa econômica e mais próxima do processo natural de cicatrização. Por outro lado, o PRP se mostra eficaz, especialmente em úlceras pequenas, com benefícios rápidos na redução da área e alívio da dor. No entanto, há uma lacuna significativa na pesquisa sobre o uso de PRP em pacientes falciformes, já que os ensaios clínicos randomizados tendem a focar mais em outras condições, especialmente diabetes. Embora a baixa prevalência das úlceras de pernas em pacientes falciformes torne a pesquisa desafiadora, é essencial investir em estudos específicos para garantir que esses pacientes também se beneficiem de avanços médicos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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