Apenas de raro, o linfoma não hodgkin tem sua relevância na população pediátrica, assim, o objetivo foi analisar a ocorrência de internações para tal patologia em pacientes pediátricos na região sudeste do Brasil.

Elucidou-se um estudo comparativo atrelado a uma análise retrospectiva, associado ao uso de dados disponíveis no Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM/DATASUS, em que, foram correlacionados e comparados os números de internações e a taxa de mortalidade da região sudeste, com as variáveis de faixa etária, entre 0 a 9 anos, no ano de 2022 em pacientes com linfoma de não Hodgkin.

Foram um total de 422 internações por linfoma não hodgkin na região sudeste no ano de 2022, com um pico no estado de São Paulo, com cerca de 253 internações na faixa etária de 0 a 9 anos, em contraponto, o menor número de internações foi no estado do Espírito Santo, com apenas 4 internações. A prevalência etária foi da faixa dos 5 a 9 anos com um total de 282 internações e o menor número ficou a cargo da faixa etária dos menores de 1 ano de idade. Fato interessante foi a não contabilização de interação no estado do Espírito Santo para os indivíduos menores de 1 ano e de 1 ano a 4 anos no ano de 2022. Com relação à taxa de mortalidade, o estado do Rio de Janeiro teve uma taxa total de mortalidade de 4,08%, seguido do estado de São Paulo e Minas Gerais. Ademais, o Estado do Espírito Santo não obteve taxa de mortalidade para a faixa pediátrica por linfoma não Hodgkin no ano de 2022. A taxa de mortalidade por indivíduos menores de 1 ano foi a mais elevada entre as faixas etárias com uma taxa de 25 % no total e com o Estado de Minas Gerais registrando 50 % de taxa de mortalidade nessa faixa etária no ano de 2022.

O linfoma não hodgkin na faixa etária pediátrica corresponde a quinta neoplasia mais comum nos países desenvolvidos. Ademais como é uma patologia originário no sistema linfático, o linfoma não hodgkin é atrelado a fatores de risco tal como exposição a fatores químicos e radiação, assim, uma hipótese ao grande número de internações no estado de São Paulo, é ao seu nível de desenvolvimento humano (IDH) mais elevado do que o restantes dos estados do sudeste, portanto atrelado ao fator industrial e de poluentes aumentado. Entretanto, com relação à taxa de mortalidade, os aspectos mudam um pouco já que a taxa mais elevada foi no Estado do Rio de Janeiro, conforme o IDH, é um dos estados mais desenvolvidos mas não é o que lidera o ranking na região sudeste.

Portanto, por ser um grupo populacional vulnerável é de suma importância a vigilância epidemiológica desses pacientes, assim como, as políticas públicas de saúde e educação que visam a melhoria dos padrões de reconhecimento do linfoma não hodgkin na sua fase mais precoce.