O objetivo deste estudo é relatar a experiência de monitores da disciplina de Hematologia da UNIRIO, com um projeto de graduação que reforça o esfregaço de sangue periférico como ferramenta diagnóstica.

Relatar na forma de relato de experiência a atividade prática desenvolvida por monitores da disciplina de Hematologia e Hemoterapia da UNIRIO.

A turma de 70 alunos foi dividida em quatro grupos, ques participaram da monitoria em momentos diferentes. A monitoria ocorreu em 3 fases: (1) preparo da lâmina; (2) interpretação do resultado da hematoscopia ao microscópio e (3) identificação de alterações relacionadas a doenças hematológicas. Na primeira fase, durante o preparo da lâmina, os alunos foram ensinados a limpar e identificar a lâmina, coleta adequada do sangue, distensão e coloração da lâmina. Na segunda fase, a interpretação das lâminas foi feita na sala de microscopia do setor de Patologia do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle. Cada lâmina foi colocada sob a lente do microscópio e a imagem foi transmitida para uma tela, como uma “lousa eletrônica”. Nesse momento, ocorre discussão sobre os diagnósticos, correlacionando os achados com o quadro clínico. Na terceira fase, os monitores imprimiram e plastificaram imagens de hematoscopias e solicitaram aos discentes participação ativa na identificando das alterações encontradas (com o respectivo nome técnico) e qual doença se associava com a alteração. Ao fim da atividade, os discentes receberam no formato “.PDF” o arquivo confeccionado como gabarito para revisão.

A disciplina e/ou especialidade de Hematologia e Hemoterapia é uma das mais complexas vivenciadas pelo estudante de medicina, englobando doenças e condições patológicas que frequentemente tangenciam outras especialidades. Nesse contexto, o médico generalista muitas vezes se depara com alguns casos que outros colegas inadequadamente encaminham ao hematologista. Durante a formação acadêmica do médico generalista, é necessário familiarizar o acadêmico com os achados mais marcantes de algumas doenças. Para isso, foi organizada uma monitoria de esfregaço de sangue periférico para os alunos do 7º período de medicina na UNIRIO, na disciplina de Hematologia e Hemoterapia. O resultado da estruturação dessa monitoria pode ser visto nas provas que os discentes entregaram, nas quais, ainda que a hipótese diagnóstica não fosse compatível com a descrição clínica no enunciado da questão, eles sabiam, em geral, o que esperar encontrar no esfregaço de sangue periférico para aquela hipótese.

Foi possível enriquecer a formação médica generalista dos acadêmicos, com ilustrações reais de alterações na hematoscopia, com estímulo ao desenvolvimento do aprendizado e, por fim, com resultados satisfatórios nas respostas das avaliações da disciplina.