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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S933 (October 2023)
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EFEITOS MEDIADOS POR PLAQUETAS NA METÁSTASE
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JMD Santos, LS Nunes, PAF Oliveira
Centro Universitário São Camilo (CUSC), São Camilo, SP, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução

Evidências sugerem haver estreita comunicação entre células tumorais e plaquetas na conclusão de várias etapas da cascata metastática.

Objetivos

Apresentar os principais mecanismos pelos quais as plaquetas contribuem para a metástase por via hematogênica e os mediadores químicos envolvidos nessa interação.

Método

Revisão bibliográfica realizada com base em artigos científicos publicados no PubMed entre 2015 e 2022.

Resultados

Propriedades de superfície das plaquetas e do conteúdo dos grânulos plaquetários são explorados pelas células tumorais em diversas etapas da cascata metastática, a exemplo, o conteúdo dos grânulos alfa promove o crescimento tumoral e angiogênese, desencadeiam vias de sinalizações específicas nas células tumorais que induzem transição epitélio-mesenquimal, além de exercer imunorregulação sobre as células natural killer (NK). Simultaneamente e demonstrando ser esta uma interação bidirecional, as células tumorais afetam a contagem, estado de ativação e transcriptoma plaquetário, visto que exossomos liberados pelas células tumorais podem ser capturados por plaquetas e megacariócitos, onde podem induzir ou reprimir a tradução de proteínas e/ou estimular eventos específicos de splicing de RNA, alterando o comportamento plaquetário. A trombose é uma manifestação clínica comum no câncer atribuída a maior liberação de citocinas e ativação plaquetária aberrante. A interação entre plaquetas e células tumorais podem ocorrer por contato direto, através da expressão de fatores hemostáticos ou proteínas de ligação na superfície das células tumorais ou por via parácrina, com vesículas extracelulares ou mediadores solúveis liberados pelo tumor que criam um nicho pró-trombótico e induzem ativação plaquetária, agregação e deposição de fibrina sobre as células tumorais, plaquetas e leucócitos constituindo os heteroagregados. Essa estrutura garante a sobrevivência das células tumorais metastáticas na circulação ao garantir proteção contra forças mecânicas e contra a citólise mediada pelas células NK, além disso favorece a parada no endotélio para o extravasamento no nicho secundário. A estrutura dos heteroagregados permite que ocorra o mimetismo molecular, caracterizado pela transferência de moléculas específicas de plaquetas para as células tumorais, o que facilita a disseminação tumoral ou ainda prejudica o reconhecimento das células tumorais pelas células NK.

Discussão

A compreensão dos mecanismos moleculares das interações plaquetas-células tumorais, principalmente quanto a ativação plaquetária pelas células tumorais, podem ser explorados na busca por biomarcadores sanguíneos do câncer em seus estágios iniciais e na busca por novas terapias que possam ser associadas às formas de tratamentos tradicionais e que tenham como alvo estabelecer um mecanismo de falha nessa comunicação.

Conclusão

Plaquetas têm papel ativo na progressão da metástase atuando na angiogênese, na indução da transição epitélio-mesenquimal, proteção contra estresse de cisalhamento e evasão imune, adesão e geração de nicho pró-metastático. Estudos clínicos são necessários para maior compreensão da possibilidade de os antiplaquetários atuais poderem oferecer um novo benefício agora na luta contra o câncer.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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