Objetivos: Determinar retrospectivamente as variáveis clínicas e laboratoriais presentes ao diagnóstico preditoras de mortalidade precoce e tardia em pacientes com Leucemia Mieloide Aguda (LMA) submetidos à tratamento intensivo com esquema de indução “7+3”. Material e métodos: Foram analisados 133 pacientes consecutivamente diagnosticados com LMA de novo e submetidos à quimioterapia de indução entre 2011 e 2020 no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas. Os dados laboratoriais e de história clínica foram obtidos retrospectivamente dos prontuários médicos. Mortalidade precoce foi definidada como mortalidade ocorrendo nos primeiros 60 dias de tratamento e mortalidade tardia foi definida como aquela ocorrendo nos primeiros 12 meses de seguimento. As varíaveis categóricas foram comparadas utilizando-se o teste de Chi quadrado ou teste de Fisher, conforme aplicável, enquanto as variáveis quantitativas foram avaliadas através do teste de Mann-Whitney. A análise de sobrevida foi realizada pelo método de Kaplan-Meier, com o teste de log rank para comparação entre curvas. A regressão Cox foi usada para comparação do impacto de diferentes variáveis na sobrevida global em 60 dias e 12 meses. O valor de p < 0.05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: A população estudada consistia essencialmente de pacientes jovens (mediana de 52 anos), de risco favorável ou intermediário (75.9%), predominantemente sem comorbidades e com bom performance status. A mortalidade em 60 dias foi de 30.8% e a mortalidade em 12 meses de 56.4%. Na análise univariada para mortalidade precoce, um performance status > 2; leucócitos > 100 x 109/L, RNI > 1.5; bilirrubina total > 1.2, albumina < 3.0 g/L e LDH > 2x o limite superior da normalidade estiveram associadas com maior risco de morte. Já na análise multivariada, performance status, bilirrubina e RNI estiveram independentemente associadas a uma maior mortalidade precoce. A variável albumina não foi incluída neste modelo pelo número de pacientes sem esse dado. Com relação à mortalidade tardia, a contagem de leucócitos, o RNI, a bilirrubina e o performance status ao diagnóstico foram todas variáveis preditoras do óbito. Dessas variáveis, o performance status e o RNI se mantiveram independentemente associadas à mortalidade. Num segundo modelo, incluindo a realização de transplante alogênico de medula óssea e a ocorrência de ICS por ERC, as duas variáveis estiveram associadas à mortalidade em 1 ano, inclusive de maneira independente, como evidenciado na análise multivariada. Discussão: Variáveis clínicas e laboratoriais avaliadas ao diagnóstico são preditoras da mortalidade precoce e tardia em LMA numa população de pacientes jovens e sem comorbidades significativas. O impacto prognóstico na mortalidade precoce associado às alterações de RNI e bilirrubina, sugere um potencial papel para o metabolismo hepático de quimioterápicos na mortalidade precoce. A associação independente da mortalidade tardia com a ocorrência de ICS por ERC, ressalta a importância da prevenção desse tipo de evento. Conclusão: A mortalidade precoce associada ao tratamento da LMA permanece como uma das principais causas de óbito relacionado a esta doença e se correlaciona com variáveis clínicas e laboratoriais do diagnóstico. Estudos populacionais com diferentes cortes geográficos e sócio-econômicos poderão esclarecer a aplicabilidade desses achados em outras populações.
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