Journal Information
Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S327-S328 (October 2023)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S327-S328 (October 2023)
Full text access
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E EPIDEMIOLÓGICAS DA DOENÇA DE HODGKIN EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO RECIFE
Visits
174
RGM Teixeira, MFH Costa, MCB Correia
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

More info
Introdução

A doença de Hodgkin (DH) caracteriza-se por ser uma malignidade dos linfócitos B, que se tornam grandes, multinucleadas, com duplo núcleo e inseridos em um microambiente rico em elementos figurados do sistema imune e seus efetores. A doença ainda tem sua etiologia desconhecida, porém é postulado que o vírus Epstein barr cumpra algum papel na sua patogênese. Com relação a estudos populacionais que elencam características clínicas do curso da doença, é presente no meio científico dados acerca de populações com ancestralidade europeia, população europeia e estadunidense propriamente dita e algumas referências nacionais que se limitam a análise da dados das regiões sul e sudeste do país, o que deixa a desejar no tocante ao estudo populacional de características clínicas e epidemiológicas em uma amostra que não seja esta. Sendo assim, o presente estudo se assenta no pragmatismo e na objetividade e se debruça sobre a análise de dados epidemiológicos da doença de Hodgkin em um hospital universitário na região metropolitana do Recife, tendo por objetivo definir aspectos epidemiológicos e clínicos de pacientes diagnosticados com linfoma de Hodgkin que foram admitidos e tratados no Hospital das Clínicas da UFPE, caracterizando os achados histológicos ao diagnóstico, determinando as características epidemiológicas e clínicas, caracterizando os tratamentos realizados nos pacientes, definindo os pacientes com refratariedade, definindo os pacientes encaminhados a transplante de medula óssea e analisando os desfechos clínicos após o tratamento. Este é um estudo observacional, transversal, descritivo e retrospectivo, de todos os pacientes com diagnóstico de DH atendidos e acompanhados no Serviço de Hematologia do HC - UFPE de janeiro de 2017 a agosto de 2021. Os dados clínicos de cada paciente foram coletados, retrospectivamente, através dos registros médicos dos prontuários do serviço (físico e eletrônico) durante o atendimento nos ambulatórios e das enfermarias. A amostra dos pacientes é composta por todos os pacientes adultos atendidos no ambulatório de Hematologia e tratados na enfermaria de onco-hematologia do HC-UFPE portadores de DH e que se enquadram nos critérios de inclusão e sendo excluídos os pacientes de acordo com os critérios de exclusão.

Resultados/Discussão

Foi encontrado que a maior incidência da doença é na terceira e quarta década de vida, com uma idade média de diagnóstico de 39 anos, de distribuição unimodal. Doença acomete mais o sexo feminino, de situação econômica inativa. A mortalidade geral desses pacientes ficou em 15%. 35% tiveram recidiva da doença e 50% obtiveram remissão. Apenas 10% dos pacientes foram encaminhados para transplante de medula óssea na modalidade de autólogo. 40% dos pacientes realizaram, no primeiro momento das fases do tratamento, o esquema quimioterápico sem bleomicina, diante da falta de abastecimento nacional. Destes, a distribuição de pacientes que atingiram remissão de doença contra pacientes que tiveram recidiva 50%, igual em ambos os cenários, contra uma diferença de 29% em relação aos pacientes que realizaram esquema com a bleomicina inicialmente. 100% dos pacientes apresentaram linfonodomegalia palpável no momento do diagnóstico histológico e 100% dos pacientes obtiveram diagnóstico com o método correto: análise histológica. Com relação a toxicidade e efeitos adversos relacionados ao tratamento, foi encontrado que 42,5% dos pacientes apresentaram neutropenia febril, 17,5% apresentaram pneumonia, 20% apresentaram cardiotoxicidade e 10% apresentaram lesão renal aguda. Óbito foi um desfecho incomum, acometeu 10% dos pacientes. Não foi encontrada menção à presença de agentes virais (HTLV, HIV, Epstein barr etc) em prontuários.

Full text is only aviable in PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools