: A triagem sorológica é  parte fundamental no processo de segurança do receptor e também possui uma importância social de triagem para o doador. Porém, a mesma é realizada através de técnicas sensíveis que aumentam a possibilidade de falsos positivos. A coleta de uma  segunda  amostra  através de técnicas específicas  confirmatórias  consiste na estrategia principal para evitar a perda de doadores de forma desnecessária. Entender a dificuldade do doador no seu retorno ao ser convocado e qual o perfil que não retorna, é a forma de tentar corrigir a causa da perda desses doadores.

Analisar a incidência de não-retorno  e o perfil dos doadores  e das sorologias  não- negativas  que foram convocados para coleta de amostra confirmatória de forma retrospectiva no ano de 2022  no BSST, localizado em uma cidade da região serrana do Rio de Janeiro em torno de 300.000 habitantes e o seu impacto na perda de doadores.

: Foram avaliados, retrospectivamente,  a incidência de não retorno a convocação realizada pelo Banco de sangue, de acordo com a legislação vigente, por carta registrada no total de 3 convocações nos anos de 2022, avaliando o perfil  dos doadores dessas ocorrências.

No ano de  2022 ocorreram um total de 16.099 de doações no BSST, aonde ocorreram 190 ocorrências de sorologias não-negativas ( 1,18%) . Destes, 71 não compareceram ( 37,3%), sendo 29 homens (40,8%) e 42 mulheres ( 59,15%). A idade encontrada nesse grupo : 3 de 16-19anos; 25 de 20 a 29 anos; 14 de 30 a 39 anos; 13 de 40 a 49 anos; 9 de 50 a 59 anos e 7 maiores de 60 anos.Sorologias não-negativas encontradas:  60 para sífilis; 7 para hepatite (  6 anti-Hbc e 1 HbsAg); 2 para HIV, 1 para HTLV e 1 para Chagas.

O não-retorno desses doadores, implicaram em sua exclusão para novas doações. Essas situações são comunicadas a vigilância epidemiológica  de Petrópolis conforme previsto em legislação. Porém, observa-se uma concentração alta em doadores jovens, possíveis falsos-positivos devido a técnica laboratorial, que acabam tendo seu tempo de doação encurtado de forma desnecessária.O ano de 2022 teve uma incidência menor  ( 37,3%)  de não retorno do que a de dados históricos da unidade ( em torno de 44%), porém ainda representando uma perda em torno de 70 doadores. Identificamos como possiveis  causas para este resultado, a falha no cadastro ou dificuldade de acesso no endereço do doador e o desinteresse por falta de compreensão do doador.

A perda de doadores  de forma desnecessária é um ponto de relevância dentro dos dos centros produtores e deve ser ponto contiuno de análise para melhoria. Observamos a prevalência maior do não-comparecimento em faixa etária jovem – 63 % em menores de 50 anos. Acreditamos que  alguma ação deva ser realizada durante a coleta do sangue para intensificar a importância do nosso contato se necessário. Reforçaremos  a confirmação do cadastro de endereço na nossa recepção para recebimento de correspondência.