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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S482 (October 2023)
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HEMO 2023
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AVALIAÇÃO DO USO DE ESTROGÊNIOS CONJUGADOS PARA O TRATAMENTO DE HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA POR ANGIODISPLASIA: RELATO DE CASO
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EGRA Câmaraa, CSSD Paivaa, LJV Rodriguesa, SE Oliveiraa, GC Vieiraa, RBC Fagundesa,b, FAD Pintoa, LD Trindadea, RLMB Limaa, MD Leãoc,d
a Universidade Potiguar (UnP), Natal, RN, Brasil
b Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP), São Paulo, SP, Brasil
c Hospital do Coração de Natal, Natal, RN, Brasil
d Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução

As Angiodisplasias Gastrointestinais (AG) são malformações vasculares que acometem mais comumente o cólon, predispondo à ocorrência de Hemorragia Digestiva Baixa (HDB) em até 40% dos casos. As modalidades terapêuticas incluem a terapia endoscópica, arteriografia com angioembolização e, em casos refratários, a ressecção cirúrgica do segmento acometido. O manejo medicamentoso, por sua vez, é reservado aos doentes com lesões múltiplas, inacessíveis via endoscopia, com falha ou contraindicação às terapias invasivas. O tratamento hormonal baseado no uso de estrogênio, com ou sem progesterona, constitui uma alternativa terapêutica para os pacientes com telangiectasia hemorrágica hereditária, doença renal terminal ou doença de Von Willebrand, tendo sua eficácia questionável nos casos de AG esporádica.

Objetivo

Relatar caso de AG hemorrágica não hereditária refratária tratada com Estrogênios Conjugados (EC).

Relato de caso

Paciente do sexo masculino, 55 anos, hipertenso e portador de diverticulose, deu entrada em hospital de referência com quadro de lipotímia, sudorese e melena 3 dias antes da admissão. Iniciada investigação por endoscopia digestiva alta e colonoscopia, ambas sem evidência de foco hemorrágico. Devido à persistência do sangramento e piora do estado geral, foi realizada laparotomia exploradora, com enterotomia duodenal e esclerose endoscópica de telangiectasia. Após 10 dias, na ausência de melhora clínica, optado por proceder arteriografia com embolização dos ramos das artérias jejunoileais e introdução de EC 0,625 mg via oral 8/8h, evoluindo após 3 dias com choque hemorrágico e necessidade de hemotransfusão. No quinto dia pós-operatório, foi realizada angiotomografia com presença de sangue em ampola retal e mantido tratamento clínico, evoluindo após o oitavo dia com recuperação do estado geral e melhora dos índices hematimétricos.

Discussão

O efeito pró-trombótico dos EC é documentado devido estímulo ao aumento dos níveis plasmáticos dos fatores II, VII, VIII, X, Fibrinogênio e do Fator de Von Willebrand, tendo seu pico de ação no 7° dia de uso. Apesar da ação anti-hemorrágica, seu benefício em casos de AG ainda não é bem documentado. Nesse relato, é possível avaliar paciente refratário às medidas protocolares com melhora clínica e laboratorial após 8 dias da introdução do hormônio conjugado.

Conclusão

O uso de EC como terapia medicamentosa pode ser benéfico em casos de angiodisplasia sangrante refratária à terapia de primeira linha devido ao seu efeito pró-coagulante. Entretanto, ainda são necessários estudos complementares para esclarecer a repercussão dessa abordagem terapêutica no tempo de internação e no desfecho clínico desse grupo de pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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