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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S733 (October 2023)
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HEMO 2023
Pages S733 (October 2023)
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AVALIAÇÃO DO PERFIL DE PACIENTES COM ANTICORPOS IRREGULARES NO INSTITUTO NACIONAL DE TRAUMATOLOGIA E ORTOPEDIA
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GP Souzaa, RBB Schuaba, MH Freitasb, EHD Silvab, FA Silvaa
a Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP-UFF), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Objetivos

O estudo avaliou indivíduos com anticorpos irregulares do INTO entre 2010 e 2016 quanto à especificidade do anticorpo, sexo, idade, doenças de base, transfusões e gestações anteriores para determinação do perfil dos pacientes aloimunizados.

Material e métodos

Pacientes (>18 anos) internados para realização de cirurgia ortopédica foram incluídos no estudo. Os dados foram coletados do sistema informatizado e do prontuário dos pacientes. A técnica utilizada nos testes imuno-hematológicos foi gel teste. As informações foram inseridas no Excel, avaliadas por análises estatísticas descritivas, dando origem a um estudo transversal. Autorização do comitê de ética CAAE: 69907917.0.0000.5273.316.

Resultados

316 pacientes foram incluídos no estudo, destes 59,5% eram do sexo feminino e 40,5% do masculino. Os anticorpos irregulares mais encontrados pertenciam ao sistema Rh e Kell: Anti-E (29,43%), Anti-D (24,05%), Anti-C (13,61%), Anti-c (10,76%) e Anti-K (16,14%). A maioria dos pacientes (42,09%) tinham de 41 a 65 anos e apresentaram doenças crônicas: 46,20% tinham hipertensão, 12,97% artrose, 12,66% diabetes mellitus, 6,65% artrite reumatoide e 4,75% obesidade. A respeito de exposições anteriores, 45,89% tinham histórico de hemotransfusão prévia e 54,26% das pacientes declararam terem filhos.

Discussão

O sexo feminino está associado a uma maior taxa de aloanticorpos. O número de gestações é um fator de risco para aloimunização, quanto mais filhos, maior a chance de sensibilização. Porém, em uma meta-análise, não se pode afirmar que o sexo feminino é um fator de risco. A idade interfere no funcionamento do sistema imunológico: sabe-se que neonatos e crianças têm baixa probabilidade de desenvolverem anticorpos não-ABO, sendo considerados “não-formadores” devido à imaturidade do sistema imunológico. Já os indivíduos com idade igual ou maior que 77 anos são relativamente imunocomprometidos. Existe uma hipótese sobre os indivíduos que sofrem condições inflamatórias sistêmicas apresentarem maior propensão do sistema imune para o reconhecimento de antígenos eritrocitários. O histórico de uma doença autoimune e a inflamação podem definir um “formador” para o desenvolvimento de anticorpos irregulares. A prevalência com especificidade para o sistema Rh e Kell era esperada devido à alta imunogenicidade de seus antígenos e variabilidade da expressão genética. Quase metade da população do estudo relatou ter sido exposta a transfusões, tal fato sugere relação com o perfil dos procedimentos em ortopedia. As cirurgias ortopédicas ainda são consideradas de alto volume e de alta complexidade.

Conclusão

A maior parte dos pacientes era do sexo feminino, a idade média dos pacientes aloimunizados foi de 43 anos e estes eram portadores de doenças crônicas e a maioria inflamatória, com exceção da hipertensão. Os aloanticorpos mais frequentes foram do sistema Rh e Kell, aproximadamente metade dos pacientes já haviam recebido hemotransfusões e a maior parte das pacientes do sexo feminino já havia gestado.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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