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Vol. 44. Issue S2.
Pages S64 (October 2022)
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Vol. 44. Issue S2.
Pages S64 (October 2022)
LEUCÓCITOS, INFLAMAÇÃO, INFECÇÃO E IMUNOLOGIA
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AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO NEUTRÓFILO/LINFÓCITO (RNL) E PLAQUETAS/LINFÓCITOS (PLR) NA PREDIÇÃO DE CARGA VIRAL DETECTÁVEL EM PESSOAS VIVENDO COM HIV
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GCS Bernardes, NA Almeida, APN Godoi, FHR Ribeiro, ACLGC Pereira, ES Silva, C Sanches, MBP Inacio
Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), São João del-Rei, MG, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Em todo o mundo em 2020, havia 37,7 milhões de pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). O tratamento clínico utiliza uma combinação de medicamentos antirretrovirais, sendo que, o paciente após alguns meses pode alcançar a supressão viral, ficando com níveis indetectáveis de carga viral. Adicionalmente, pacientes com níveis indetectáveis de carga viral há vários meses, não transmitem o vírus por via sexual. Dessa forma, torna-se importante o controle da carga viral para evitar novas transmissões. Recentemente, a relação neutrófilo/linfócito (RNL) e plaquetas/linfócitos (PLR) vem sendo estudadas quanto ao seu papel prognóstico em diferentes infecções como preditor de gravidade e desfecho da doença. Nesse contexto, nosso objetivo é avaliar se a RNL e PLR conseguem predizer carga viral detectável em pessoas vivendo com HIV.

Material e métodos

Estudo transversal com 651 pessoas vivendo com HIV atendidas pelo Serviço de Atendimento Especializado (SAE) de Divinópolis/MG no ano de 2019. Foram coletados os dados sociodemográficos, resultados do hemograma e carga viral mais recentes nos prontuários médicos. Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo 1 (n = 522) carga viral indetectável e grupo 2 (n = 129) carga viral detectável. A caracterização da carga viral indetectável foi considerada abaixo de 50 cópias/ml. A análise estatística foi realizada usando o SPSS (ver.19.0). As comparações entre dois grupos foram realizadas pelo teste de Mann-Whitney. Para avaliar o desempenho da RNL e PLR como ferramenta para preditora de carga viral detectável, a área sob a curva ROC foi calculada. O nível de significância foi de p < 0,05.

Resultados

Dentre os pacientes com carga viral indetectável, 310 (59%) eram do sexo masculino e 212 (41%) do sexo feminino, enquanto no grupo com carga viral detectável 67 (52%) do sexo masculino e 62 (48%) do sexo feminino. Ao avaliar a RNL do grupo 2, a mediana foi significativamente maior, 1,69 (1,09 – 2,57), quando comparada com o grupo 1: 1,54 (1,07 – 2,04) (p = 0,020). A PLR também foi significativamente maior no grupo 2: 125 (88 – 175), enquanto no grupo 1: 111 (85 – 142) (p = 0,015). A curva ROC foi realizada para avaliar a performance da RNL e PLR em discriminar os dois grupos de estudo. A área sob a curva foi estatisticamente significativa (AUC= 0,566, p = 0,020) para a RNL e PLR (AUC= 0,569, p = 0,015).

Discussão

A RNL e PLR vem sendo muito estudadas, de modo que muitos estudos foram realizados para avaliar o valor preditivo em diferentes infecções sendo uma delas a COVID-19. Ademais, a RNL e PLR são de fácil aquisição e reprodução, além de apresentar baixo custo, quando comparadas com o exame de análise de carga viral. Nesse estudo, a RNL e PLR mostraram-se elevadas em pacientes vivendo com HIV com carga viral detectável, quando comparadas com aqueles com carga viral indetectável, sugerindo uma provável aplicabilidade clínica na avaliação da carga viral.

Conclusão

A RNL e PLR foram mais elevadas nos pacientes com carga viral detectável, assim inferimos, que a determinação de RNL e PLR pode ser útil para auxiliar na avaliação de carga viral em pacientes vivendo com HIV. Contudo, é importante ressaltar que se trata de um estudo piloto, dessa forma, são necessários estudos prospectivos para avaliar a RNL e PLR no controle de carga viral.

Financiamento

CAPES, CNPq e FAPEMIG.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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