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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S423-S424 (October 2023)
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HEMO 2023
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AVALIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE O STATUS SOCIOECONÔMICO, O QUADRO CLÍNICO-RADIOLÓGICO E OS DESFECHOS DO TRATAMENTO DOS PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO
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LPS Coelho, A Scot, AC Araújo, RL Baptista, AR Soares
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução

O mieloma múltiplo é uma neoplasia hematológica que resulta da proliferação clonal de plasmócitos na medula óssea O quadro clínico é heterogêneo, mas são comuns anemia, hipercalcemia, disfunção renal e destruição óssea. A associação entre status socioeconômico e desfechos relacionados ao câncer já foi abordada por diversos autores. Estudos sobre neoplasias sólidas e hematológicas revelam que estadiamento, tratamento e consequentemente prognóstico são impactados por desigualdades socioeconômicas. Isso ocorre porque as condições de vida afetam o acesso ao sistema de saúde, o tempo para diagnóstico, a aderência ao tratamento, dentre outros fatores, o que, por conseguinte, relaciona-se à mortalidade/ sobrevida do câncer. Informações referentes ao mieloma no Brasil, com foco nas características socioeconômicas, são escassas.

Objetivos

Analisar a associação entre as condições socioeconômicas e os aspectos clínicos, radiológicos, terapêuticos e prognósticos dos pacientes com diagnóstico de mieloma múltiplo entre 01/15 e 02/23, de três instituições no Rio de Janeiro. Metodologia: Trata-se de coleta retrospectiva de dados dos pacientes acompanhados em um Hospital Universitário, em uma instituição militar e em um centro privado, com aplicação de questionário socioeconômico aos pacientes ou aos familiares (em caso de óbito do paciente). As informações, registradas em ficha clínica, foram inseridas em banco de dados do SPSS 21.

Resultados

Até o momento, foram incluídos no estudo 298 pacientes, com idade mediana ao diagnóstico de 65 anos (32-93), 49% do sexo masculino, 54% não brancos, e 35% de fora do município do Rio de Janeiro. A maioria dos pacientes (65%) declarou estado civil como casados, 30% finalizaram o ensino médio, 22% o ensino superior, e 38% são acompanhados num hospital universitário, 17% numa instituição militar e 45% num centro privado. Apresentavam-se em estágio avançado (ISSIII) 37% dos pacientes, 57% com OS 2-4, 82% referiam sintomas, com tempo mediano de duração de 5 meses antes do diagnóstico. Muitos pacientes (75%) relataram comorbidades, os subtipos IgA e IgG corresponderam a 84% dos casos e 29% apresentavam plasmocitoma. Foi obtida informação sobre o status socioeconômico de 135 pacientes, sendo 4% da classe A, 33% B, 45%C e 18% DE. Os pacientes acompanhados nas instituições militar e privada apresentavam pontuação de classe social superior a daqueles acompanhados no hospital universitário (32,3 x 21,43, p < 0,01), tendo sido também identificadas diferenças no tempo desde o primeiro sintoma até o diagnóstico (7,2 x 5,4 meses), medianas de hemoglobina (8,9 x 9,8), cálcio (10,3 x 9,7) e beta2microglobulina (6,9 x 4,8).

Discussão

A amostra avaliada inclui pacientes com MM tratados no estado do Rio de Janeiro, em diferentes cenários de assistência, com condições socioeconômicas distintas e disparidades no acesso ao serviço de saúde, no cuidado de comorbidades, nas terapias disponíveis e na aderência ao tratamento, por exemplo. Os dados verificados até este momento mostram que os pacientes acompanhados no hospital publico universitário tem nível socioeconômico mais baixo, mais anemia, maiores níveis de cálcio e beta 2, e levam mais tempo para o diagnóstico que aqueles acompanhados nos outros centros. O impacto desses fatores nos desfechos do tratamento ainda serão analisados.

Conclusão

As condições socioeconômicas e demográficas, como classe social, escolaridade, local de moradia, raça/cor e estado civil podem estar associadas às características clínicas e laboratoriais, à gravidade da doença ao diagnóstico e aos resultados do tratamento e sobrevida dos pacientes com MM.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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