Journal Information
Vol. 44. Issue S2.
Pages S418-S419 (October 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 44. Issue S2.
Pages S418-S419 (October 2022)
Open Access
AVALIAÇÃO DA ALOIMUNIZAÇÃO ERITROCITÁRIA EM PACIENTES ATENDIDOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO MINEIRO
Visits
409
HS Contellia, MC Oliveirab, AAS Idob, EM Francalancib, POC Terrab, ER Filhob,c, DWF Batistãod, S Royera
a Instituto de Ciências Biomédicas (ICBIM), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brasil
b Agência Transfusional (AGETRA), Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU/EBSERH), Uberlândia, MG, Brasil
c Hemocentro Regional de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil
d Faculdade de Medicina (FAMED), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 44. Issue S2
More info
Introdução

A medicina transfusional busca tornar-se cada vez mais segura para os pacientes cuja condição clínica demanda a terapia com hemocomponentes. Para isso, torna-se necessária a aplicação de técnicas imunohematológicas cada vez mais precisas na rotina laboratorial, a fim de evitar reações transfusionais como a aloimunização.

Objetivos

Os objetivos do estudo foram determinar a frequência de aloimunização dos pacientes atendidos na Agência Transfusional (AGETRA) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU/EBSERH), investigar as características demográficas, clínicas e epidemiológicas dos pacientes positivos para a Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI), assim como avaliar a frequência e os aloanticorpos antieritrocitários na população analisada.

Material e métodos

Foi realizado um estudo observacional retrospectivo incluindo todos os pacientes PAI positivos atendidos na AGETRA do HCU-UFU/EBSERH, no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2020. A coleta de dados foi realizada através da análise dos registros médicos e informações disponíveis na unidade.

Resultados

A prevalência de aloimunização na AGETRA foi de 1,7%, durante os anos de 2019 e 2020. Dos 201 pacientes PAI positivos, a aloimunização foi mais comum em mulheres (64,2%) do que em homens (35,8%), com uma média de idade de 49 anos. Os grupos sanguíneos A (39,8%) e O (38,8%), Rh positivos (69,1%) predominaram e cerca da metade (48,2%) dos pacientes foi transfundida em decorrência de procedimentos pré-operatórios. 32,8% da população recebeu de 1 a 3 transfusões durante o período de internação e 71,6% tinha histórico transfusional. Dentre os 201 pacientes, 121 tiveram aloanticorpos clinicamente significativos caracterizados, e os mais frequentemente encontrados foram anti-D (27,2%), anti-E (15%) e anti-Kell (11,5%). Destes, 30,6% (37/121) apresentaram múltiplas associações de anticorpos, sendo a combinação anti-D e anti-C a mais comum. Das 18 gestantes PAI positivo, 14 tiveram seus aloanticorpos caracterizados. Todas as mulheres eram multíparas, 85,7% (12/14) apresentaram anti-D como o anticorpo mais prevalente, e o tipo sanguíneo A negativo (33,3%; 4/12) foi o mais frequente. Em apenas uma gestante foi identificado história de transfusão anterior.

Discussão

Observamos em nosso estudo que a maior parte dos pacientes aloimunizados foram representados por mulheres, que sabidamente são mais suscetíveis devido a maior exposição antigênica, em função das gestações, além das transfusões. A aloimunização também está associada ao número de hemocomponentes transfundidos e episódios de transfusão e, neste trabalho, a maioria dos pacientes apresentou história de transfusão prévia. Quanto à especificidade dos aloanticorpos identificados, anti-Rh e anti-Kell foram os mais prevalentes, corroborando a literatura. Em relação às gestantes avaliadas, observamos o predomínio de anti-D, considerado principal fator de risco para a doença hemolítica perinatal.

Conclusão

A triagem de aloanticorpos e a sua caracterização, associadas à imunofenotipagem eritrocitária para pacientes onco-hematólogicos, renais crônicos, transplantados, gestantes e politransfundidos, são necessárias para o melhor entendimento da população aloimunizada o que pode garantir maior segurança e eficácia à terapia transfusional, reduzindo a possibilidade de reações transfusionais graves.

Full text is only aviable in PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools