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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S796 (October 2023)
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HEMO 2023
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ATENDIMENTO HEMOTERÁPICO A GESTANTES EM UMA MATERNIDADE DO RJ NO PERÍODO DE JANEIRO A JUNHO DE 2023
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F Akil, GC Faria
Grupo GSH, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução

A maioria das mortes maternas decorre da hemorragia no pós-parto ou decorrentes de aborto, dos transtornos hipertensivos associados à gravidez e da infecção puerperal. A Organização Mundial da Saúde lançou o programa de zero morte materna que visa engajar gestores, sociedade civil e profissionais da saúde em ações que possam resultar na redução da morbimortalidade materna. Dentre as ações desse programa temos a identificação de fatores de risco para a hemorragia e, no caso de sangramento seu tratamento imediato além de assistência hemoterápica assertiva e eficaz. Nesse contexto é importante sempre revisitarmos os casos de sangramento materno, a fim de aprender com o panorama e melhorar os processos.

Objetivo

Avaliar os atendimentos hemoterápicos prestados em uma maternidade da cidade do RJ no período de Janeiro a Junho de 2023.

Material e métodos

Estudo retrospectivo e descritivo no qual foram avaliados o número total de gestantes atendidas seja como reserva ou transfusão, sua classificação de risco, causa do sangramento e hemocomponentes transfundidos.

Resultados

No período foram atendidas 387 gestantes. Destas 170 foram classificadas em médio risco, sendo os fatores de risco mais comuns: obesidade, hipertensão arterial leve, suspeita de trombofilia com uso de anticoagulação na gestação e gemelar que juntos somaram 140 (82,3%) dos casos. Destas 5 evoluíram com hipotonia/sangramento no parto e necessitaram de hemocomponentes, 3 apresentavam trombofilia com uso de anticoagulação na gestação, uma tinha histórico de mioma e a outra hipertensão arterial leve. Juntas fizeram uso de 16 Concentrados de Hemácias (CH)m 11 Plasma Fresco Congelado (PFC) e 6 Concentrados de Plaqueta (CP). As gestantes classificadas em alto risco somaram 196, com os seguintes fatores de risco: trombofilia com uso de anticoagulação com suspensão aguda, presença de 2 ou mais fatores de médio risco, sangramento ativo/aborto, anemia/plaquetopenia e distúrbio placentário. Estes juntos somaram 152 (77,5%) dos casos. Destas 12 necessitaram de transfusão: 2 por aborto com sangramento, 2 por distúrbio placentário, 4 por anemia/plaquetopenia, 1 por dengue hemorrágica, 3 por hipertensão grave, totalizando 35 CH, 6 PFC e 16 CP. No mesmo período 21 gestantes foram classificadas em baixo, porem evoluíram para alto risco devido hipotonia/sangramento, laceração do trajeto, hematoma pós parto e rotura uterina. Destas, 12 necessitaram de 33CH, 5 PFC e 7 CP, as demais tiveram reserva de hemocomponentem porem não fizeram uso.

Discussão

Os dados mostram as gestantes classificadas em alto risco foram a que mais precisaram de suporte hemoterápico (57 hemocomponentes), seguidas pelas de baixo (45) e médio (33). O fator de risco obesidade foi o mais frequente para classificar as gestantes em médio risco, porem não resultou em transfusão. O uso de anticoagulação e o somatório de 2 fatores de médio risco foram os mais frequentes para classificar em alto risco, porem não resultaram em uso de hemocomponentes. Dessa forma, é importante discutir junto ao comitê transfusional a reavaliação da classificação de risco de forma que esta seja mais assertiva, reduzindo o uso desnecessário de insumos e reserva de hemocomponentes.

Conclusão

A classificação de risco das gestantes traz mais segurança ao atendimento nas maternidade uma vez que possibilita a realização dos testes pré transfusionais prévios e reserva de hemocomponentes, porem deve ser rotineiramente analisada e revista. Porem, o manejo da hemorragia puerperal permanece desafiador e, abrange atuação de equipe multidisciplinar, principalmente no atendimento emergencial das gestantes de baixo risco que evoluem com sangramento de monta e, por serem de baixo risco, não tem amostra classificada ou sangue reservado.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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