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Vol. 44. Issue S2.
Pages S95 (October 2022)
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ASSOCIAÇÃO ENTRE LINFADENOPATIA DERMOPÁTICA E LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B: UM RELATO DE CASO
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MS Magalhães, TS Soares, VL Oliveira
Hospital Luxemburgo, Instituto Mario Penna, Belo Horizonte, MG, Brasil
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Objetivos

Relato de caso uma associação pouco comum entre Linfadenopatia Dermopática e Linfoma Difuso de Grandes Células B.

Material e métodos

Trata-se de estudo retrospectivo, do tipo relato de caso.

Resultados

Paciente do sexo masculino, 71 anos, encaminhado ao ambulatório de Hematologia para investigação de linfonodomegalias, predominantemente em região inguinal, visualizadas em ressonância magnética, em contexto de investigação de dor óssea. Não apresentava lesões de pele. Foi submetido a biópsia excisional de linfonodo inguinal, que revelou infiltrado histiocitário sem atipias e depósito de melanina no interior de macrófagos, com positividade para Ki67, CD20, CD3 e BCL2 à imunohistoquímica, achados típicos de linfadenopatia dermopática. Evoluiu com aumento importante e progressivo de linfonodomegalia inguinal além de surgimento de novas linfonodomegalias, o que não era compatível com linfadenopatia dermopática. Solicitada nova biópsia linfonodal, porém enquanto aguardava apresentou quadro de abdome agudo perfurativo por úlcera gástrica. Foi realizada biópsia desta lesão, cujos achados foram compatíveis com linfoma difuso de grandes células B, com positividade para CD20, BCL6, MUM1, BCL2. Foi iniciado tratamento com protocolo R-CHOP, com boa resposta clínica.

Discussão

A linfadenopatia dermatopática é uma entidade distinta de hiperplasia linfoide benigna associada a uma variedade de doenças crônicas da pele, incluindo pênfigo, psoríase, eczema, neurodermatite e atrofia senil. Acredita-se que aconteça por uma resposta imune exagerada à estimulação antigênica persistente na pele. Há relatos menos frequentes de associação com outras doenças, inclusive neoplasias. Acomete principalmente linfonodos axilares e inguinais. Constitui um importante diagnóstico diferencial de linfonodomegalia. Seu diagnóstico é confirmado através de exame anatomopatológico do linfonodo, que mostra hiperplasia paracortical por células dendríticas, células de Langerhans, linfócitos e histiócitos contendo melanina. A imunohistoquímica revela positividade de CD68 e S100 nos histiócitos. No caso relatado, o achado de linfadenopatia dermopática chamava atenção para outra patologia de base, já que não havia correlação clínica, considerando rápido aumento de linfonodomegalia e ausência de lesões de pele. Posteriormente, foi confirmada a associação desta condição benigna a um linfoma difuso de grandes células B. Tal achado mostra a importância de realizar nova biópsia em caso de persistência de suspeição para doença linfoproliferativa, se necessário em sítios diferentes.

Conclusão

O caso relatado mostra coexistência de linfadenopatia dermopática, de etiologia benigna, e linfoma difuso de grandes células B. Assim, a linfadenopatia dermopática pode representar um achado reacional de outras condições. Conclui-se que, caso haja evolução clínica diferente do esperado, deve-se seguir na busca pelo diagnóstico através de novas biópsias.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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