Journal Information
Vol. 42. Issue S2.
Pages 32-33 (November 2020)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 42. Issue S2.
Pages 32-33 (November 2020)
53
Open Access
ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTOIMUNES SECUNDÁRIAS À INFECÇÃO PELO SARS-COV-2 E SUAS CARACTERÍSTICAS: REVISÃO DE LITERATURA
Visits
2937
A.C.C. Batista, L.R. Miranda, M.E.A. Santos, A.C.P.E. Oliveira, D.L.A.N. Amorim, H.I. Paula, A.V.T.M.J. Pacheco, I.B. Rios, P.G.B. Tavares, G.M. Gonzaga
Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Full Text

Objetivos: Avaliar, por meio de uma revisão de literatura, as diferentes formas de anemias hemolíticas imunes descritas em relatos de casos de pacientes acometidos pelo vírus Sars-CoV-2, buscando correlacioná-las com a história médica pregressa e tratamentos realizados. Material e métodos: As informações para este trabalho foram obtidas por meio da pesquisa de artigos e relatos de caso publicados no ano de 2020, utilizando a base de dados Medline e a busca pelo Google Acadêmico. As palavras-chaves utilizadas foram: COVID-19; Anemia hemolítica. Foram selecionados para leitura completa os artigos que continham o tema anemia hemolítica e COVID-19 no título e/ou no resumo. As diferentes formas de anemia hemolítica descritas foram comparadas entre si de maneira descritiva. Resultados: O aparecimento de anemia hemolítica autoimune (AHAI) foi descrita em 10 pacientes com diagnóstico de COVID-19, sendo cinco deles por anticorpos quentes e os outros cinco, por frios. As comorbidades prévias mais frequentes foram hipertensão arterial e doença renal crônica, além de dois casos de linfoma da zona marginal (LZM), dois de leucemia linfocítica crônica (LLC) e dois de púrpura trombocitopênica imune (PTI). Em outro estudo, indícios laboratoriais de anemia hemolítica foram avaliadas, retrospectivamente, em 38 pacientes internados por COVID-19, encontrando níveis elevados de hemoglobina plasmática em 31 deles. Além disso, o surgimento da Síndrome de Evans foi identificada em três pacientes. A AHAI foi, em geral, tratada com corticoides e transfusões sanguíneas, e em casos de doença por crioaglutinações, o rituximabe foi usado como terapia inicial e como opção para os casos de falha terapêutica de corticoides. Discussão: Diversas complicações hematológicas foram descritas na doença pelo Sars-Cov-2 (COVID-19), especialmente os distúrbios de coagulação e hemostasia e leucopenia. Contudo, poucos casos de anemias, especialmente as hemolíticas autoimunes, foram descritos. A etiologia da AHAI pode ser idiopática ou secundária a drogas, doenças, especialmente lúpus, LLC, Linfomas não-Hodgkin, e infecções, como Mycoplasma pneumoniae evírus Epstein-Barr. A partir de alguns casos de AHIA descritos em pacientes com COVID-19, levantou-se a hipótese de o vírus Sars-cov-2 ser capaz de desencadeá-la. Os casos encontrados falam sobre pacientes que desenvolveram AHIA, com diferentes comorbidades prévias, mas todos com marcadores de inflamação sistêmica em altas concentrações: DHL, D-dímero e PCR. Apesar de a AHAI poder ser atribuída a LLC e LZM, os demais pacientes não tinham outras doenças prévias ou infecções que justificassem o aparecimento de anemia hemolítica. Além disso, sabe-se que a COVID-19 é uma doença de inflamação sistêmica, ambiente propício para o desenvolvimento de autoimunidade e hemólise. Conclusão: A associação entre a COVID-19 e o surgimento de anemias hemolíticas está sendo melhor documentada conforme avança a pandemia. A presença de anemia aguda e indicadores laboratoriais de hemólise em pacientes infectados pelo novo coronavírus reforça o acometimento sistêmico da doença e ressalta a importância da multidisciplinaridade médica, incluindo a hematologia, no combate à pandemia da COVID-19. São necessários mais estudos sobre o papel do novo coronavírus na anemia hemolítica.

Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools