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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S738 (October 2023)
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HEMO 2023
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ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE E OS DESAFIOS TRANSFUSIONAIS ASSOCIADOS: RELATO DE CASO DOS ACHADOS IMUNOHEMATOLÓGICOS
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LS Pegorera, EFGD Santosb, ENP Florentinob, JAR Netob, AF Vasconcelosb, PMN Teixeirab, JCI Gazolaa
a Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos (UNIFIO), Ourinos, SP, Brasil
b Santa Casa de Ourinhos, Ourinos, SP, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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A Anemia Hemolítica Autoimune (AHAI) é uma citopenia causada pela destruição de eritrócitos por autoanticorpos quentes ou frios, através do sistema complemento ou sistema reticulo endotelial. O caso em que se trata é de uma paciente com um quadro clínico de AHAI idiopática, apresentando uma anemia sintomática com a necessidade de diversas transfusões de concentrado de hemácias e de medidas de terapia intensiva devido ao agravamento do seu quadro clínico. O serviço de Imunohematologia utilizou uma técnica acessória a fim de pesquisar o TAD positivo eliminando os anticorpos fixados nas hemácias da paciente para que fossem identificados ao menos os antígenos ABO e Rh para uma transfusão compatível. Realizamos adsorção com difosfato de cloroquina que tem por finalidade remover anticorpos IgG da superfície das hemácias, preservando seus antígenos na membrana. Após o tratamento das hemácias, foi possível confirmar a fenotipagem eritrocitária do paciente em fase direta e reversa: O Rh negativo, D fraco negativo, assim como evidenciado o TAD negativo após a remoção dos autoanticorpos. Resultado importante, pois, trouxe a segurança de que o processo hemolítico das hemácias estava realmente sendo causado pela autodestruição e não por anticorpos heterólogos que pudessem gerar ainda mais hemólise na transfusão alogênica de hemácias. Paciente não apresentou sinais de reação transfusional em nenhuma das infusões, não foi observado alteração dos sinais vitais que pudessem justificar alarde, pelo contrário, houve melhora progressiva a cada transfusão da taquicardia e fadiga causada pelo processo anêmico, assim como queda da icterícia pela avaliação clínica. No dia 15/07 apesar de não existir melhora significativa dos exames laboratoriais (Hb 3,3 g/dL), por conta da melhora clínica importante, a equipe optou pela alta da UTI e acomodação em leito de enfermaria, ao exame clinico a paciente encontrava-se, acordada, calma, contactuante, orientada no tempo e espaço, afebril, sem sedação, eupneica em ar ambiente, estável hemodinamicamente sem uso de drogas vasoativas, normocardica, normotensa, euglicêmica; Encerrado o uso de imunoglobulina por via endovenosa e optado por não entrar com antibioticoterapia. Teste de COVID-19 e influenza negativos. No dia 01/08 paciente encontrava-se visivelmente melhor, com Hb 5,5 g/dL, estável hemodinamicamente e sem sinais de desconforto respiratório, exames laboratoriais sorológicos para patologias virais e parasitarias negativos, teste de FAN reagente para anticorpos nucleares (padrão nuclear pontilhado fino) com título 1/160, sugestivo de LES, para confirmação mais exames serão solicitados no acompanhamento hematológico. Recebeu alta hospitalar com encaminhamento para seguimento ambulatorial com hematologista, receita de medicamentos para uso em domicílio, atestado médico de 3 meses e carta para retorno no Pronto Socorro em 1 semana para reavaliação médica e exames laboratoriais. Ao retorno, a avaliação clínica foi satisfatória, relatou que não sentiu mal-estar no período, e aos exames laboratoriais, Hb 11,7 g/d/L e Ht 37,5%. Foi liberada e segue em acompanhamento ambulatorial, até o momento sem necessidade de nova internação e transfusão de sangue. Pacientes com AHAI apresentam um desafio para o laboratório de imunohematologia, conhecer o perfil fenotípico do paciente fornece clareza na investigação de aloimunizações, direciona o fenótipo de hemácias a serem compatibilizadas e reduz tempo na liberação de transfusões. O laboratório deve estar apto para resolver os casos destes pacientes com metodologias capazes de solucionar os bloqueios ocasionados por essa múltipla aglutinação, e capacidade técnica para interpretar os resultados e disponibilizar a transfusão o mais rápido possível.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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