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Vol. 44. Issue S2.
Pages S5-S6 (October 2022)
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ANEMIA DA DOENÇA CRÔNICA NO IDOSO: AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DA HEPCIDINA E SUA RELAÇÃO COM CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS E PARÂMETROS CLÍNICO-LABORATORIAIS
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RO Maciela, AG Matosa,b, RF Pinheiroa,b,c, DVT Wonga,b,c, RCPL Júniora,b,c, SMM Magalhaesa,b,c
a Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
b Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
c Departamento de Medicina Clínica, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Introdução

A anemia da doença crônica (ADC) ou anemia de inflamação é comum em idosos e está associada a doenças infecciosas, inflamatórias e neoplásicas. Sua fisiopatologia inclui a ação de citocinas inflamatórias e regulação da Hepcidina que atua no metabolismo e na homeostase do ferro.

Objetivo

Avaliar a Hepcidina sérica e o perfil das citocinas inflamatórias, INF- e IL-6, e correlacionar com os marcadores de ferro e com as variáveis clínicas e laboratoriais de idosos com anemia da inflamação.

Metodologia

O estudo foi realizado no ambulatório de hematologia do HUWC e incluiu 90 idosos com diagnóstico de anemia da doença crônica e como grupo controle, 70 idosos saudáveis. Os dados clínicos e demográficos foram coletados dos prontuários. Os níveis séricos de Hepcidina, IL-6 e IFN-γ foram determinados por ELISA.

Resultados e discussão

Dentre os 90 pacientes, 22 % eram do sexo feminino e 78% masculino. A média de idade foi de 74,12 ±7,87. Sendo que, 17% fumavam e 18% bebiam. A maioria dos pacientes apresentavam ≥ 3 comorbidade (70%), sendo HAS (90%), DM (58%) e dislipidemia (40%) as comorbidades mais comuns. As mulheres apresentaram níveis de Hb mais baixo do que os homens (10,2 g/Dl versus 11,1 g/dL, p = 0,03) e pacientes > 80 anos tiveram Hb menor do que aqueles < 80 anos (9,36 g/dL versus 10,6, p < 0,001). A presença de hábitos como fumar e beber não influenciaram na gravidade da anemia. Os níveis séricos de ferro foram significativamente menores nos pacientes do que nos controles (64,13 μg/dL versus 99,83 μg/dL, p < 0,001), e o índice de saturação da transferrina (23,90% versus 33,47%, p < 0,001). Os níveis séricos de ferritina foram significativamente maiores em pacientes do que nos controles. (219,21 ng/mL versus 75,47 ng/mL, p < 0,001). A dosagem da Hepcidina mostrou níveis significativamente maiores em pacientes que nos controles. (43,83 ng/mL versus 23,77 ng/mL, p < 0,001) Em pacientes com ≥ 3 comorbidades o nível de Hepcidina foi significativamente maior do que naqueles com <3 comorbidades (48,6 ng/mL versus 32,65 ng/mL, p < 0,001). O nível de Hepcidina apresentou correlação negativa, moderada e significativa com baixos níveis de hemoglobina (r = 0,35; p < 0,001) e níveis elevados de ferritina (r = 0,537; p < 0,001). A dosagem de IFN-γ mostrou valores significativamente maiores em pacientes do que nos controles (72,3 pg/mL versus 34,9 pg/mL, p < 0,001) e no sexo feminino do que no masculino (p = 0,004). O nível de IFN-γ mostrou uma correlação negativa, moderada e significativa com níveis mais baixos de hemoglobina (r = 0.405, p < 0.001) e níveis mais elevados de Hepcidina (r = 0,228, p = 0,004). A dosagem de IL-6 foi significativamente maior nos pacientes do que nos controles (402 pg/mL versus 97,3 pg/mL, p < 0,001) e não apresentou correlação significativa com os níveis de IFN-γ e Hepcidina. Conclusão: Sexo feminino, idade > 80 anos e presença de múltiplas comorbidades foram associados a níveis mais baixos de hemoglobina, desregulação no metabolismo do ferro e aumento da Hepcidina e IFN-γ em pacientes idosos com ADC. Esses achados destacama associação da Hepcidina e do IFN-γ na fisiopatologia e seu reconhecimento como um alvo potencial para abordagens diagnósticas na ADC.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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