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Vol. 44. Issue S2.
Pages S411-S412 (October 2022)
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ANÁLISE DAS RESERVAS CIRÚRGICAS DE CONCENTRADOS DE HEMÁCIAS EM UM HOSPITAL ONCOLÓGICO
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449
VS Siqueiraa,b, S Savino-Netoa,b,c
a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCM-PA), Belém, PA, Brasil
b Hospital Ophir Loyola (HOL), Belém, PA, Brasil
c Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivo

Analisar as reservas de concentrado de hemácias e avaliou o perfil dos pacientes submetidos as cirurgias eletivas, em um hospital oncológico.

Material e métodos

Foi um estudo do tipo observacional, descritivo com delineamento transversal, com análise de todas as fichas de solicitações de concentrado de hemácias para reserva cirúrgica, com uma amostra de 1386.

Resultados

A maioria dos pacientes era do sexo feminino e se encontrava na faixa etária acima dos 40 anos. As patologias com maior necessidade de transfusão foram o câncer de estômago e o câncer do colo do útero. 84% das cirurgias eram de grande porte, os setores responsáveis pela maior demanda de procedimentos e transfusão sanguínea foram a cirurgia oncológica abdominal e oncoginecologia. Os procedimentos com excesso de compatibilização são traquelectomia, esplenectomia, arteriografia e tratamento cirúrgico de epilepsia não controlada. 100% dos procedimentos estudados apresentaram índice de pacientes transfundidos (IPT) > 10% e por consequência necessitam da reserva do hemocomponente. Na análise do Maximal Surgical Blood Order Schedule (MSBOS), a maioria desses procedimentos precisa da reserva de apenas dois concentrados de hemácias.

Discussão

O predomínio feminino pode ser explicado pelo fato das mulheres serem mais acometidas por anemia e por historicamente terem um maior cuidado com a saúde. A faixa etária entre 40 e 79 anos se justifica pela idade avançada ser fator de risco para o desenvolvimento da maioria dos cânceres. Os procedimentos cirúrgicos oncológicos com propostas curativas costumam ser extensos e prolongados, o que corrobora com 84% das cirurgias serem de grande porte. As patologias mais atendidas foram câncer de estômago, provavelmente pelos hábitos alimentares na região Amazônica e o câncer do colo do útero, resultado do desconhecimento da necessidade da realização do exame preventivo e pela dificuldade do alcance da cobertura vacinal adequada da vacina para o Papilomavírus Humano (HPV). Tais neoplasias são habitualmente associadas a sangramentos. A maior frequência dessas patologias justifica a maioria dos procedimentos serem realizados pela cirurgia oncológica abdominal e oncoginecologia. A traquelectomia é a conização do colo uterino e geralmente é antecedido de constantes sangramentos; esplenectomia, é a retirada do baço, órgão extremamente vascularizado; e, tratamento cirúrgico de epilepsia não controlada e arteriografia, procedimentos realizados pela neurocirurgia, responsável por procedimentos mais complexos, o que pode induzir a solicitação de concentrados de hemácias a mais. Pacientes oncológicos costumam ter quadros de anemia multifatoriais e programações cirúrgicas complexas, isso justifica IPTs superiores a 10%, o que tornou necessária a reserva de concentrado de hemácias para todos os procedimentos estudados. Acredita-se, que a perda média estimada de sangue na maioria dos procedimentos cirúrgicos seja de 100-600 mL, o que corresponde em média a um a dois concentrados de hemácias.

Conclusão

Todos os dados coletados forneceram subsídios para identificação de falhas no processo hemoterápica e por consequência melhorias no processo de uso do sangue no hospital.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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