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Vol. 44. Issue S2.
Pages S412-S413 (October 2022)
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ANÁLISE DAS REAÇÕES TRANSFUSIONAIS EM UM HOSPITAL GERAL
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SL Castilho, TA Vicente, RF Ribeiro
Grupo GSH, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

As Reações Transfusionais (RT) são um efeito adverso da transfusão sanguínea (TS) que pode ser minimizado aplicando-se um protocolo transfusional (PT) específico. O índice de RT é medido contabilizando o número de RT ocorridas/número de hemocomponentes (HCs) transfundidos X 100. O valor deste índice está relacionado à prática transfusional aplicada na instituição. Segundo os boletins de hemovigilância da ANVISA as RT ocorrem em 3 – 5 /1000 HCs transfundidos. As RT que ocorrem nas primeiras 24 horas da transfusão são classificadas como imediatas. Objetivamos determinar o índice de RT transfusionais imediatas, a frequência de cada tipo de reação e o perfil de cada paciente.

Material e métodos

No período de 01/01/2020 a 30/06/2022 foram avaliados o número (No) e HCs e de pacientes transfundidos e o No de RT relacionando-as ao diagnóstico e sexo do paciente e o HC transfundido. Os dados foram obtidos em planilhas próprias e no software de gerenciamento da agência transfusional.

Resultados

No período foram transfundidos 23982 HCs sendo 8262 (34,5%) concentrados de hemácias (CH), 14408 (60,1%) concentrados de plaquetas (CPlaq), 662 (2,7%) plasmas frescos (PF) e 649 (2,7%) crioprecipitados (CRIO) em 2894 pacientes. Foram detectados 74 episódios de RT imediatas em 61 pacientes. O No de HCs transfundidos até o episódio da reação foi de 1 a 256. Dos HCs envolvidos nas RT, 54 (47,8%) eram CH, 34 (30%) CPlaq 18 (16%) PF e 7 (6,2%) CRIO. Dos 61 pacientes, 33 (54%) eram do sexo masculino e 28 (46%) do sexo feminino. Quanto ao diagnóstico 31 (51%) pacientes apresentavam doenças hematológicas, 6 (10%) Sepse, 4 (6,4%) neoplasias, 3 (5%) COVID, 2 (3,2%) HDA, 2 (3,2%) IRC, 2 (3,2%) cirurgia e 11 (18%) outras patologias. Quanto ao protocolo transfusional, 29 (47,5%) pacientes tinham o protocolo de HCs filtrados + fenotipados + irradiados, 22 (36%) HCs filtrados, 6 (10%) filtrados + fenotipados, 3 (5%) filtrados + irradiados e 1(1,5%) filtrado + pré-medicação com corticoide. Cinquenta (82%) pacientes apresentaram apenas 1 único episódio de RT, 10 (16,4%) apresentaram 2 e 1(1,6%) paciente apresentou 4 episódios. As RT foram assim distribuídas: Reação Febril Não Hemolítica (RFNH) 39 (52,70%), Reação Alérgica (RA) 25 (33,8%), Dispneia associada a transfusão 3 (4,05%), Hipotensão arterial 2 (2,70%), Sobrecarga circulatória 2 (2,70%), Hipertensão arterial 1(1,35%), TRALI 1(1,35%) e 1(1,35%) caso de sintomas não específicos. Em 47 (63,5%) casos a reação se deu durante a transfusão e em 27 (36,5%) nas primeiras 24 horas. Na RFNH, em 31 (79%) casos o componente envolvido foi o CH seguido do CPlaq 8 (21%) e em 18 (46%) casos ela ocorreu durante a transfusão havendo interrupção e descarte do HC. Na RA o componente eritrocitário representou 44% (11 casos), o plaquetário também 44% (11 casos) e o plasmático 12% (3 casos). Em 19 (76%) casos as RT alérgicas ocorreram durante a transfusão.

Discussão

As 2 RT mais frequentes foram a RFNH (52,70%) e a RA (33,8%). A maior frequência de RT foi em pacientes hematológicos (51%). O principal HC envolvido na RFNH foi o CH (79%) enquanto que na RA o CH e o CPlaq estavam relacionados cada um em 44% dos casos.

Conclusão

O índice de RT foi 0,30 % e é um valor esperado segundo os boletins de Hemovigilância. Embora tenhamos protocolos estabelecidos para prevenção das RT, estas ainda ocorrem demonstrando a complexidade do processo transfusional.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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