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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S633 (October 2023)
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HEMO 2023
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ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DO ANTICORPO ANTI-DIA ENTRE RECEPTORES DE SANGUE NO HEMOCENTRO DE RIO BRANCO-AC
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RCA Carvalhoa, DC Smielewskia, JA Kitanoa, LHL Bastosa, RNA Jesusa, IMS Limaa, CB Pimentelb, TCP Pinheiroa,b
a Universidade Federal do Acre (UFAC), Rio Branco, AC, Brasil
b Centro de Hematologia e Hemoterapia do Acre (Hemoacre), Rio Branco, AC, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução/objetivos

O Sistema Diego (ISBT nº 010) é composto por 23 antígenos, destacando-se o Diego A e o Diego B. Esses antígenos participam da manutenção da integridade do citoesqueleto do eritrócito e do transporte de alguns ânions. O objetivo deste estudo é quantificar a prevalência do anticorpo contra o antígeno Diego A (Símbolo Diª ISBT DI1) entre os receptores de hemocomponentes, identificados nos painéis de identificação de anticorpos realizados no hemocentro de Rio Branco.

Material e métodos

Foi realizado um estudo observacional retrospectivo, com dados oriundos dos resultados de painéis de identificação de anticorpos de pacientes receptores de hemocomponentes, coletados no período de 01/01/2010 a 31/07/2023, no hemocentro coordenador do Acre, responsável pela realização de todos os estudos imunohematológicos do estado.

Resultados

No período do estudo, foram realizadas 426 pesquisas de anticorpos em pacientes, identificando o anticorpo anti-Diª em 20 casos (4,7%). No período de 01/01/2010 a 31/12/2017 (8 anos), foram realizados 149 painéis, e o anti-Diªfoi detectado em 4 deles (2,7%). Já no período subsequente, de 01/01/2018 a 31/07/2023 (5 anos e 7 meses), foram testados 277 pacientes, e 16 deles (5,8%) foram positivos para o anti-Diª.

Discussão

Ao contrário do antígeno Dib, que tem alta frequência, o Diª é pouco encontrado na população europeia (0,0002%) e nos caucasianos (0,01%), mas é relativamente frequente nos japoneses (4,6%) e coreanos (6,1%) e em indígenas mexicanos (20,4%). No Brasil, estudos relatam frequência variada, sendo de 3% em alguns estados até 46% em alguns povos indígenas. O Norte é a região brasileira com a maior população indígena e no estado do Pará foi relatada uma frequência de 9,7% do Diª. Não há dados descritos quanto à frequência do antígeno no Acre. No hemocentro do estado, em 12 anos e 7 meses de coleta, o anticorpo anti-Diªfoi encontrado em 4,7% das pesquisas realizadas. O surgimento do anticorpo em pacientes evidencia a presença do antígeno na população. Entre 01/01/2018 e 31/07/2023, houve um aumento no número de testes realizados, resultando em mais que o dobro da frequência do anti-Diª em comparação ao período anterior, mesmo sendo um período menor. Este aumento absoluto no número de pesquisas pode ser devido ao investimento institucional no laboratório de imunohematologia clínica, proporcionando um espaço amostral mais representativo da população, que inclui mais de 2% de povos indígenas em relação a população total do estado, justificando o grande aumento percentual da detecção do anticorpo. O aumento da incidência do anticorpo também pode ser associado a uma possível crescente aloimunização na população.

Conclusão

A presença do anti-Diª em pacientes receptores de sangue no Hemocentro de Rio Branco denota a presença do antígeno Diª na população. A alta prevalência descrita em povos indígenas destaca a relevância dessa pesquisa no Acre. Quanto mais frequente o antígeno, maior a probabilidade de exposição, resultando em uma maior prevalência do anticorpo, que pode repercutir em maior prevalência de doenças hemolíticas perinatais e de reações transfusionais imediatas. Para esclarecer mais a respeito desse anticorpo e sua relevância para a população acreana, são necessários mais estudos, a fim de traçar o perfil imunofenotípico eritrocitário na população.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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