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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S836-S837 (October 2023)
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HEMO 2023
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ANÁLISE COMPREENSIVA DO GENE HCK EM NEOPLASIAS MIELOIDES: PERSPECTIVAS EM FUNÇÕES BIOLÓGICAS, PROGNÓSTICO E RESPOSTA À AGENTES ANTINEOPLÁSICOS
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MFL Carvalhoa, BO Almeidaa, MLP Buenob, HP Vicaria, K Limaa, EM Regoa, FM Roversib, JA Machado-Netoa
a Departamento de Farmacologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
b Hemocentro, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Objetivos

As neoplasias mieloides são resultantes de alterações moleculares na célula-tronco hematopoiética, sendo a leucemia mieloide aguda (LMA) a mais agressiva e com piores desfechos clínicos. O HCK é um proto-oncogene que codifica uma proteína tirosina-quinase da família Scr, predominantemente expressa em células hematopoiéticas e que possui inibidor farmacológico seletivo. Nos últimos anos houve grandes avanços no entendimento da complexidade molecular das leucemias agudas que tem se traduzido em novas terapias-alvo dirigidas. Desta forma, o objetivo do estudo foi caracterizar a expressão do HCK na mielopoiese normal e maligna, bem como seu impacto sob os desfechos de sobrevida, características clínicas e funções biológicas em pacientes com LMA.

Materiais e métodos

Os dados de expressão de HCK em diferentes populações de células hematopoiéticas foram obtidos do estudo GSE24759. Células NB4 e HL-60 foram induzidas a diferenciar com ATRA e a expressão de HCK foi avaliada por PCRq. Os níveis de transcritos de HCK em amostras obtidas de doadores saudáveis e pacientes com neoplasia mieloide (SMD, LMMC, LMC e LMA) foram derivados do banco de dados AmaZonia! 2008. A expressão gênica, dados genéticos e clínicos do estudo LMA TCGA foram obtidos do cBioPortal. Os dados relacionados com tratamentos ex vivo em células de pacientes e linhagens celulares de LMA foram obtidos dos estudos Beat AML e Lee et al. Análises de correlação, associação e comparação entre grupos foram realizados por testes de Spearman, Fisher e Mann-Whitney. A análise de enriquecimento gênico foi realizada por GSEA. Os testes de Log-rank e regressão de Cox foram usados para estimativas de sobrevida. FDR < 0,25 e p valor < 0,05 foram considerados significativos.

Resultados

A expressão de HCK é maior nas subpopulações diferenciadas de células mieloides e a indução de diferenciação celular aumenta a expressão de HCK em células NB4 e HL-60 (p < 0,05). A alta expressão de HCK foi observada em pacientes com LMMC, LMC e LMA (p < 0,05). Em pacientes com LMA, os altos níveis de HCK impactou negativamente a sobrevida global e livre de doença (HR > 1; p < 0,05). A alta expressão de HCK foi associada com grupos de piores riscos moleculares e contagem de leucócitos, mas não foi um fator independente de prognóstico. Nas análises de genômica funcional, a alta expressão de HCK foi associada com diversos processos biológicos e moleculares, dos quais destacamos: vias de sinalização PI3K/AKT/mTOR, IL-6/JAK2/STAT3, KRAS, IL2/STAT5 e NOTCH, ROS, hipóxia e resposta inflamatória. Em ensaios ex vivo com amostras de pacientes com LMA e linhagens celulares, destacamos que o HCK esteve associado com sensibilidade e resistência a diversos fármacos de uso clínico, entre eles a azacitidina.

Discussão e conclusão

Os dados obtidos demonstram que pacientes com LMA com alta expressão de HCK apresentam um prognóstico desfavorável. A expressão diferencial de HCK está associada a diversas vias de sinalização amplamente relacionadas à leucemogênese, com papel central no crescimento, proliferação e sobrevivência. Nossos dados sugerem que o HCK pode ser um marcador de prognóstico e confirma seu potencial como alvo molecular na LMA. Uma abordagem farmacológica direcionada a essa proteína poderia oferecer uma perspectiva para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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