A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) é uma neoplasia hematológica decorrente da transformação maligna dos precursores linfoides na medula óssea, com posterior proliferação e expansão para sangue periférico e sítios extramedulares. Para tentar contornar os efeitos colaterais da quimioterapia e a possibilidade de recidiva da doença, foi desenvolvido um tipo de tratamento com CAR-T cell. A única terapia com CAR-T aprovada pela ANVISA é a Kymriah® (tisagenlecleucel), tendo como indicação a utilização em pacientes infantis e adultos de até 25 anos portadores de LLA, após o uso de diversos antineoplásicos sem sucesso ou quando ocorre recidiva da doença.

O objetivo desse trabalho foi fazer um levantamento bibliográfico para a comparação entre a quimioterapia convencional com a terapia CAR-T cell.

Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizado um levantamento bibliográfico a partir de artigos publicados em português e inglês, encontrados no SciELO, PubMed e no Google Acadêmico.

Quando os pacientes são tratados com quimioterapia, mais de 95% dos pacientes pediátricos conseguem a remissão completa no primeiro tratamento e entre 75% e 85% permanecem livres da doença durante cinco anos após o diagnóstico. Entretanto, 15% a 20% acabam sofrendo recidiva. Quando a criança está com a primeira recidiva medular muito precoce, a sobrevida global é de 20%. Se for tardia, a sobrevida global varia de 40% a 50%. Para a eficácia do tratamento com células CAR-T, foram obtidos dados de 12 estudos que confirmam as taxas iniciais das taxas de Resposta Completa (RC) de 62% a 86%, sendo a maioria remissões negativas para a Doença Residual Mínima (DRM). Dados de longo prazo do estudo inicial de tisagenlecleucel, indicam uma taxa de RC de 69% com a Sobrevida Livre de Eventos (SLE) na média de 5,6 meses com a duração do acompanhamento de 13 meses. O estudo ELIANA, indica uma taxa de remissão completa de 82% e a duração média da SLE de 24 meses, porém mesmo nos pacientes pediátricos, ≤50% manifestaram a SLE de longo prazo. Portanto, nos casos com LLA-B são mais dispostos a ter RC, por mais que uma proporção menor de pacientes com RC sejam curados sem terapia subsequente.

As vantagens notáveis da terapia CAR-T cell em comparação com os outros tratamentos é a intervenção abrupta e a infusão única de células CAR-T, além da eficácia poder persistir por décadas, já que as células podem sobreviver a longo prazo no paciente, tendo a aptidão constante de encontrar e eliminar as células leucêmicas durante uma possível recidiva. A principal desvantagem deste tratamento é o preço, sendo de $ 373.000 para a Kymriah® (tisagenlecleucel). Já a quimioterapia tem um custo médio de R$ 11.644,00 e é de mais fácil acesso, por ser fornecida no Sistema Único de Saúde (SUS).

A partir dos dados coletados, observou-se que a terapia CAR-T cell é mais bem-sucedida na eliminação da doença do que a quimioterapia convencional, além de não ser necessário uma combinação entre os tratamentos já existentes. No entanto, o tratamento quimioterápico é mais viável financeiramente, além de ser fornecido pelo SUS, assim sendo mais acessível para a população.