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Vol. 44. Issue S2.
Pages S544 (October 2022)
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ALTERAÇÃO DO HEMOGRAMA E CARGA VIRAL EM SARS-COV-2: ESTUDO UNICÊNTRICO
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MJL Watanabea, AAR Villarinhoa, CB Monteiroa, CEA Mendesa, ES Juniora, EDRP Vellosoa,b, LC Bentoa, MM Malufa, RMC Penteadoa, JCC Guerraa
a Sociedade Beneficiente Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
b Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Alterações em parâmetros laboratoriais são descritos na infecção por SARS-Cov-2. O objetivo deste trabalho foi analisar o comportamento de parâmetros do hemograma em relação a infectividade do vírus determinada pelo número de ciclos (CT) do PCR, realizados em um laboratório de referência no período de fevereiro a junho de 2020.

Material e métodos

Foram incluídos 1.218 portadores de SARS-Cov-2 detectados por RT-PCR (plataformas Roche 6800, Cepheid, protocolo Charité e kit Xgen), e 828 controles (síndromes gripais com RT-PCR negativo para SARS-Cov-2). O hemograma foi realizado no equipamento XN-10 (SYSMEX) com revisão em lâmina e foram analisados os seguintes parâmetros: nível de hemoglobina (Hb), número de eritroblastos, leucócitos totais, neutrófilos, linfócitos, eosinófilos, desvio a esquerda (presença de metamielócitos), número de linfócitos atípicos e níveis plaquetários.  Os pacientes foram divididos em grupos a partir do CT: grupo 1 (1 a 20), grupo 2 (21 a 30), grupo 3 (31 a 40) e grupo 4 (> 40). Para comparação entre grupos foram utilizados os testes ANOVA ouKruskal-Wallis e comparações múltiplas pelos testes de Tukey e Dunn.

Resultados

Das 1.218 amostras de infectados, 322 pertenciam ao grupo 1 (alta carga viral), 554 ao grupo 2 (moderada carga viral), 328 ao grupo 3 (baixa carga viral) e 14 ao grupo 4 (muito baixa carga viral). Houve diferença significativa entre todos os parâmetros de hemograma com exceção do número de eritroblastos em relação a todos os grupos (controle e infectados em diferentes grupos de CT). A taxa de Hb foi menor nos grupos 2 e 3 em relação ao controle. O número de leucócitos foi menor no grupo 1 e 2 em relação ao controle, e o número de neutrófilos e leucócitos foram menores no grupo 1 em relação a 2 e 3. O número de linfócitos foi menor em 1, 2 e 3 em relação ao controle, sendo menor no grupo 1 e 2 em relação ao 3. O número de eosinófilos foi menor nos grupos 1, 2 e 3 em relação ao controle sendo menor nos grupos 1 e 2 em relação a 3 e 4. A contagem plaquetária dos grupos 1 e 2 foi menor em relação ao grupo controle e apresentaram menores taxas em relação aos demais grupos de infectados.

Discussão

Os parâmetros laboratoriais do hemograma mostraram padrão semelhante ao observado em várias infecções virais com queda de Hb, leucócitos, eosinófilos e plaquetas nas fases com maior carga viral, com posterior recuperação destes parâmetros. Entretanto, salienta-se que o grupo controle foi constituído por pacientes com síndrome gripal não SARS-Cov-2, e, assim, é possível considerar que o grupo de infectados peloSARS-Cov-2mostrou alterações mais significativas do hemograma desde o momento de alta carga viral até a recuperação em relação ao grupo controle SARS-Cov-2 negativo. Estes dados refletem a fase inicial da pandemia durante a qual as linhagens predominantes foram B.1.1.28 e B.1.1.33 e na ausência de imunização vacinal.

Conclusão

Concluímos que ao se comparar os resultados laboratoriais de pacientes infectados pela primeira cepa do vírus SARS-Cov-2, esses apresentaram maiores tendências a queda dos parâmetros hematológicos durante o período com maior CV em comparação a infecções por outros agentes etiológicos causadores de síndrome gripal.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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