O presente trabalho tem como objetivo debater os desafios e possibilidades da atuação profissional no processo pedagógico de orientação de TCR para as residentes de Serviço Social, realizado pelas preceptoras do Setor de Promoção à Doação de Sangue, com as residentes do primeiro e segundo ano do Programa de Residência Multiprofissional do Hemorio.

Livros e revisão bibliográfica de artigos e de legislações referentes ao tema. A metodologia foi elaborada através de um processo reflexivo, empírico dialogando com o materialismo histórico dialético, a partir do método marxista.

A Residência Multiprofissional no Hemorio foi instituída em 2017 e se divide em duas grandes áreas: Hematologia e Hemoterapia. O processo de orientação de Trabalho de Conclusão de Residência (TCR) é estabelecido através de uma escolha realizada pela residente, ainda no primeiro ano de curso, levando em consideração a trajetória profissional e a inserção das orientadoras em outros espaços ocupacionais, que permitem a apreensão e o desenvolvimento das propostas de pesquisa apresentadas pelas residentes. Na área de Serviço Social, há um número reduzido de profissionais habilitadas para realizar tal função, pois é necessária a titularidade de mestre. Dentre os pontos positivos, pontuamos a troca de saberes e o enriquecimento profissional e acadêmico de ambos os sujeitos envolvidos no processo de orientação.

No artigo 14 da Resolução CNRS nº 2 de 13 de abril de 2012 define como competência do preceptor a orientação; “VI Orientar e avaliar os trabalhos de conclusão do programa de residência, conforme as regras estabelecidas no Regimento Interno da COREMU, respeitando a exigência mínima de titulação de mestre”. Porém, a efetivação dessa competência encontra desafios, dentre os quais destacamos: a falta de tempo e espaço para as atividades de orientação, visto que o orientador tem que conciliar o tempo de trabalho com o tempo destinado à orientação, realizando muitas vezes as atividades de ensino e pesquisa fora do seu horário de trabalho. Não há carga horária direcionada para esta atividade. Estes elementos contribuem para a sobrecarga de trabalho, pois não existe respaldo por lei no que se refere à carga horária destinada às atividades da residência incluindo a orientação. Também não há nenhuma forma de remuneração ou compensação pela atividade de orientação.

A orientação é espaço importante de contribuição ao debate na profissão sobre as formas de sua realização, principalmente nos Programas de Residências Multiprofissionais, cujo objetivo é a formação de trabalhadores para o Sistema Único de Saúde (SUS). Avalia-se que seja de extrema importância, a possibilidade de construção de instrumento que normatize as condições básicas para o exercício pleno dessa atividade. Numa perspectiva de contribuir para estimular a profissão, principalmente, os seus Órgãos de Pesquisa e Unidades de Ensino, para a realização de estudos, pesquisas e debates sobre essa temática em prol de melhorias para os profissionais envolvidos: residentes, orientadores, entre outros.