Reunir informações que possam auxiliar no diagnóstico precoce e, consequentemente, diminuir possíveis complicações da Síndrome da veia cava superior (SVCS).

Realizou-se uma revisão de literatura baseada em artigos publicados entre os anos de 2017 a 2022, retirados das bases de dados Pubmed e Scielo. Os descritores utilizados na pesquisa estão de acordo com o Sistema de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e são respectivamente “Síndrome da Veia Cava superior”, “Pediatria” e “Hematologia”.

A síndrome da veia cava superior refere-se ao conjunto de sinais e sintomas causados pela oclusão da VCS. Tal oclusão pode ocorrer mediante uma compressão extrínseca, como em neoplasias, ou intrínseca, como em tromboses provocadas pelo uso de cateteres. Nas crianças, essa síndrome está mais associada ao linfoma não Hodgkin, mas vem crescendo o número de casos relacionados a causas iatrogênicas A SVCS pode se manifestar em diversos cenários clínicos associados com sérias taxas de mortalidade, principalmente quando associada a causas oncológicas. Ela demonstrou-se mais comum nos pacientes pediátricos do sexo masculino e de idade inferior aos 5 anos. A duração média de tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi de 7 dias. Os métodos usados para identificar tal enfermidade, variam nos exames de imagem realizados, relatórios demonstram que o raio-X de tórax foi o mais utilizado, presente em mais de 50% dos diagnósticos, seguido da tomografia computadorizada e da ressonância magnética. Foi demonstrado que um menor intervalo entre o início dos sintomas e o diagnóstico associou-se a menores taxas de complicações, entretanto, também está ligado a mais casos de recorrência da condição.

Existe uma significativa deficiência na literatura atual no que tange à epidemiologia e à apresentação clínica desta síndrome em pacientes pediátricos, o que dificulta a intervenção precoce e, consequentemente, aumenta os riscos de complicações, como edema de cabeça e pescoço e o desconforto respiratório, ambos causados pela obstrução significativa das vias aéreas. Apesar dessa oclusão ser comum na SVCS infantil, ela não é facilmente identificada, o que exemplifica a importância dessa síndrome estar contida nos possíveis diagnósticos diferenciais. Além disso, em alguns estudos, relatou-se que a dificuldade de acesso ao conteúdo relacionado a essa síndrome levou a um diagnóstico tardio, acarretando maiores consequências a longo prazo na recuperação dos pacientes.

A síndrome da veia cava superior gera grande repercussão no desenvolvimento a curto e longo prazo nos pacientes pediátricos. Entretanto, a deficiência de mais estudos tangentes a essa patologia dificulta o seu diagnóstico e a implementação de intervenções que diminuam os riscos associados a tal condição.