A residência em saúde, caracterizada como uma forma de educação continuada na área de formação dos recursos humanos em saúde,foi tradicionalmente restrita à formação médica desde 1950, sendo regulamentada somente em 1970. Vale ressaltar, a contradição existente no interior da política de saúde inserida no contexto neoliberal a partir de 1990. Nesse cenário, a saúde vem sendo cada vez mais sucateada e desconstruída por um projeto articulado ao mercado, que visa conter gastos e limitar a responsabilidade do Estado com sua efetiva garantia. Assim, o objetivo deste, é refletir a importância da residência no campo da hematologia para qualificação profissional do/a assistente social.

Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, de caráter exploratório, com levantamento bibliográfico, seleção de livros e artigos que apresentam discussões relacionadas ao conteúdo desta produção. A teoria crítica respalda as reflexões nesta apresentada.

O processo de formação profissional deve ser contínuo, na direção de descobertas de novas teorias e práticas que sustentem as intervenções no sentido de responder as necessidades da sociedade. No caso particular da saúde pública e, da hematologia, o processo educativo-formativo, constiui-se como um compromisso com o fazer profissional qualitativo. Neste sentido, a residência, vem contribuindo no contexto da educação continuada e, assim, na qualificação profissional do/a assistente social.

As residências são espaços privilegiados para a realização da complementaridade entre conhecimentos, pois a formação interdisciplinar possibilita a integração de conhecimentos, metodologias de pesquisa e formas de trabalho que ao serem assimiladas pelo conjunto de profissionais, passam a reproduzir de um modo novo o que se vivencia na prática cotidiana. Cabe destacar que a potencialidade da residência multiprofissional encontra na promoção do encontro com diversas categorias profissionais possivelmente interessadas na contra-hegemonia ao modelo assistencial médico privatista. O profissional de Serviço Social, é um dos integrantes da equipe multidisciplinar.

A educação continuada deve ser colocada como caminho seguro para um fazer profissional qualitativo. Assim, a residência, no caso em tese, multiprofissional, assegura esse processo. No cenário da hematologia, na Fundação HEMOPA, conhecer demandas postas pelos usuários do SUS, que realizam atendimento devido suas patologias hematológicas e também as múltiplas determinações da questão social, de fato, responde os preceitos de uma educação contínua e de qualidade. Sob essa perspectiva, a residência multiprofissional se apresenta como uma grande contribuição, uma vez que se prevê uma reorientação na formação de recursos humanos para o SUS, proporcionando a vivência entre diversos saberes na saúde enquanto forma de educação continuada.