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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2185
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VALIDAÇÃO DE CENTRÍFUGA PARA TESTES PRÉ-TRANSFUSIONAIS EM LABORATÓRIO DE HEMOTERAPIA: AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E PADRONIZAÇÃO DE PARÂMETROS OPERACIONAIS
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DA Vieiraa, JPL Juniora, VdS Cosechena, Y Bertellib, CVdA Cruzb, EGdL Beserrab, JMdS Bezerrab, ALPMd Limac
a Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), Curitiba, PR, Brasil
b Faculdade de Medicina de Olinda, Olinda, PE, Brasil
c Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A centrifugação é uma etapa crítica nos testes imunológicos pré-transfusionais, influenciando a separação celular e a interpretação das reações de aglutinação. Parâmetros inadequados podem comprometer a reprodutibilidade, gerando reações falso-negativas ou falso- positivas, afetando a segurança transfusional. A validação de centrífugas, conforme protocolos padronizados, assegura padronização operacional e confiabilidade dos resultados.

Objetivos

Validar parâmetros operacionais de uma centrífuga para testes pré-transfusionais, identificando combinações ideais de velocidade e tempo que garantam desempenho técnico, boa separação celular e resultados consistentes.

Material e métodos

O estudo foi realizado em ambiente laboratorial controlado utilizando a centrífuga HCL-PLUS Hoffmannlab. Foram feitas titulações seriadas dos reagentes para identificar a menor concentração capaz de gerar reação aglutinante visível (intensidade mínima 1+). Reagentes utilizados: Meio salino: solução fisiológica, soro anti-B, suspensão de hemácias grupo B. Meio proteico: controle Rh(D), soro anti-D policlonal, suspensão de hemácias Rh(D) positivo. As amostras foram divididas em dois grupos: teste e controle. No grupo teste, foi utilizado antisoro específico juntamente com uma suspensão de hemácias a 3%–5% contendo o antígeno correspondente, com o objetivo de induzir aglutinação. No grupo controle, utilizou-se a mesma suspensão e antisoro, porém com hemácias ausentes do antígeno, a fim de verificar a ausência de aglutinação e garantir a especificidade da reação. Foram testadas velocidades de centrifugação de 1500, 2000, 2500, 3000 e 3400 rpm, com tempos entre 10 segundos e 3 minutos, aplicadas a amostras teste e controle. Critérios de avaliação: Clareza do sobrenadante; Formação definida do botão de hemácias; Facilidade de ressuspensão celular; Intensidade da reação aglutinante; Ausência de hemácias aderidas às paredes do tubo. Cada condição foi testada em triplicata para garantir reprodutibilidade. Dados foram analisados comparativamente com critérios de aceitação definidos. Condições que prejudicaram a ressuspensão ou sensibilidade foram consideradas inadequadas.

Resultados

Titulação: Meio salino: até 1:256 Meio proteico: até 1:128 Lavagem e antiglobulina: até 1:128 Aglutinação imediata (1500 a 3000 rpm): tempos de 1 a 3 minutos mostraram desempenho satisfatório. Aglutinação a 3400 rpm: separação eficiente a partir de 10 segundos; ressuspensão comprometida a partir de 30 segundos. Meio proteico a 3400 rpm: boa separação até 30 segundos; compactação do botão celular aos 45 segundos. Lavagem celular a 3400 rpm: tempo ideal de 30 segundos; 20 segundos resultaram em células aderidas às paredes. Teste de antiglobulina a 3400 rpm: reações consistentes até 20 segundos; tempos maiores prejudicaram a ressuspensão.

Discussão e conclusão

A validação mostrou que o desempenho da centrífuga depende fortemente do tempo de centrifugação, principalmente em reações positivas, onde a compactação excessiva dificulta a leitura e a ressuspensão das hemácias. Embora tempos prolongados mantenham a separação, prejudicam a manipulação posterior, especialmente em meios densos como o proteico. Os parâmetros operacionais recomendados são: Tipagem sanguínea e leitura de reações: 3400 rpm por 10 segundos; Lavagem de células: 3400 rpm por 30 segundos. A adoção desses parâmetros assegura padronização, integridade celular e confiabilidade dos resultados em testes pré- transfusionais, contribuindo para a segurança do paciente e qualidade do serviço.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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