Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 998
Acesso de texto completo
UTILIZAÇÃO DA BIOLOGIA SISTÊMICA NA FISIOPATOLOGIA DO MIELOMA MÚLTIPLO: PAPEL DAS ANÁLISES MULTIÔMICAS NA COMPREENSÃO DOS MECANISMOS ENVOLVIDOS
Visitas
38
MMDC Lopes, LKCN Andrade, LDA Xavier, SCVM Nolasco, SR Ribeiro, DF Coutinho, MECDS Jardim, LBEd Souza, CMDC Paraguai, ADP Sabino
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

O mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia hematológica incurável, caracterizada pela expansão clonal de plasmócitos aberrantes na medula óssea, sendo clinicamente definida pelos critérios de CRAB (anemia, lesão óssea, hipercalcemia e falência renal). Sua progressão dá-se a partir de entidades pré-malignas, como a gamopatia monoclonal de significado incerto (MGUS) e o mieloma smodering (SMM). Apresenta uma fisiopatologia complexa, onde muitos mecanismos genéticos e epigenéticos estão envolvidos e ainda parcialmente compreendidos. A utilização de abordagens integradas, como na biologia sistêmica, oferece uma visão mais abrangente da doença, pois permite a agregação de diferentes níveis de informações biológicas, trazendo resultados promissores.

Objetivos

Abordar o papel das análises multiômicas na compreensão dos mecanismos envolvidos na fisiopatologia do mieloma múltiplo.

Material e métodos

Trata-se de uma revisão integrativa de artigos publicados no período de 2020 a 2025, na base de dados PUBMED. Os termos de busca utilizados foram análises multiômicas e mieloma múltiplo. Inicialmente foram encontrados 56 artigos e depois de uma análise minuciosa, selecionados 4 para a revisão.

Resultados

As análises genômicas demostraram mutações recorrentes em genes como KRAS, NRAS, TP53, BRAF, FAM46C e DIS3. Do mesmo modo, alterações no microambiente tumoral da medula óssea foi observado, com a diminuição de granulócitos e subexpressão de marcadores de resposta imune e oxidativa nas células dendríticas. Mudanças no perfil de assinaturas de expressões gênicas também foram identificados, principalmente aos que estão relacionados a hipóxia e imunidade, como CHRDL1, DDIT4, DNTT, FAM133A, MYB, PRR15, QTRT1 e ZNF275. Assim como no perfil de metabólico, a complexa interação metabólica entre células de mieloma múltiplo e o microambiente da medula óssea, envolvendo mecanismos como transferência mitocondrial e a reprogramação de vias bioenergéticas, incluindo glicólise, metabolismo de glutamina e lipogênese, foram alteradas.

Discussão

O MM é um câncer hematológico altamente refratário e devido ao curso natural da doença, muitos pacientes só são diagnosticados em uma fase mais tardia, onde muitas comorbidades já estão presentes e são praticamente irreversíveis. A integração de plataformas multiômicas, incluindo genômica, transcriptômica, proteômica e metabolômica, fornecem uma visão abrangente e mais dinâmica da neoplasia, permitindo uma estratificação de risco mais refinada e personalizada. Utilizando a biologia sistêmica é possível unificar os dados encontrados através de modelos computacionais, desenhando redes de interações moleculares. Estas redes são capazes de demonstrar o funcionamento de vias de sinalização, vias metabólicas, vias de expressão e regulação gênica, entre tantas mais. Assim, a avaliação do conjunto de alterações encontradas, considerando não apenas dados isolados, permitem integrações dinâmicas e funcionais, mapeando vias comuns responsáveis pela complexa fisiopatologia da doença.

Conclusão

A biologia sistêmica, por meio da integração de análises multiômicas, tem revolucionado o entendimento da fisiopatologia do mieloma múltiplo. Essa abordagem permite desvendar a complexidade da doença, promovendo avanços significativos na estratificação de risco, descoberta de novos alvos terapêuticos e personalização do tratamento.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas