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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 83
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USO DO ÍNDICE DE MENTZER NO AUXÍLIO DO DIAGNÓSTICO DE TALASSEMIA BETA MENOR
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PX Maciel
Methodos Laboratório de Análises Clínicas e Hematologia, Pouso Alegre, MG, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

As anemias microcíticas e hipocrômicas representam uma parte importante dos achados hematológicos na rotina laboratorial. As principais causas desse tipo de anemia são carência ou deficiência de ferro e as talassemias (1). O diagnóstico diferencial das talassemias se dá pela eletroforese de hemoglobina, em que o nível de Hemoglobina A2 (HbA2) é maior que 3.5% (2). A Talassemia é um tipo de anemia hereditária causada por um desequilíbrio na síntese das cadeias de globinas resultando em uma eritropoiese ineficaz e é considerada a desordem genética mais comum no mundo. Dentre os índices que são usados para auxiliar o diagnóstico, destaca-se o índice de Mentzer que é calculado pela razão entre o volume corpuscular médio e a contagem de hemácias (VCM/RBC). Pacientes que apresentam razão < 13 são sugestivos do diagnóstico de talassemia beta menor enquanto pacientes com razão > 13 são prováveis deficientes de ferro. A finalidade do uso deste índice é a triagem de pacientes com anemias microcíticas e hipocrômicas, para que possam ser investigadas de forma específica quanto a suspeita de talassemia beta menor.

Objetivos

Investigar a hipótese do uso do índice de Mentzer na avaliação diagnóstica da Talassemia beta menor, por meio da análise do hemograma de pacientes beta talassêmicos confirmados na eletroforese de hemoglobina.

Material e métodos

Foram analisadas 140 amostras de sangue total em EDTA, com uso do equipamento Cell Dyn Ruby–ABBOTT para realização do hemograma e posterior cálculo do Índice de Mentzer. As eletroforeses de hemoglobina foram realizadas pelo método de HPLC em laboratório de apoio. Como critério de seleção, foram utilizadas amostras de pacientes que dispunham de pedido médico para ambos os testes. Destaca-se que apenas a base de dados do laboratório foi utilizada.

Resultados

Das 140 amostras analisadas, 69% (97) apresentaram resultados para Hemograma e Eletroforese de Hemoglobina normais enquanto 31% (43) tiveram alguma alteração nos índices hematimétricos e na eletroforese. Destes, 58% (25) apresentaram elevação de HbA2, sendo que 39,5% (17) expressaram a alteração isolada e 18,5% (8) combinaram a elevação de HbA2 com outras hemoglobinas variantes (HbS e/ou HbC). Dos que apresentaram alteração apenas de HbA2, 76% (13) tiveram o índice de Mentzer < 13.

Discussão e conclusão

A partir da análise dos dados dessa pesquisa, é possível estimar que 3 entre 4 pacientes (75%) com aumento de HbA2 confirmado e Índice de Mentzer < 13 são pacientes beta talassêmicos. O uso do Índice de Mentzer é simples, rápido e sem custos adicionais ao paciente e pode ser utilizado como método de triagem auxiliando no diagnóstico dos casos de anemias hipocrômicas e microcíticas. Esse diagnóstico diferencial pode evitar que o paciente faça uso de suplementação de ferro sem necessidade, além de conduzir ao tratamento adequado os pacientes beta talassêmicos. Portanto, as anemias podem ser melhor investigadas e diagnosticadas se devidamente interpretadas no hemograma.

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Referências:

  • 1.

    Urrechaga E. Red blood cell microcytosis and hypochromia in the differential diagnosis of iron deficiency and ß-thalassaemia trait. Int Jnl Lab Hem. 2009;31:528-534.

  • 2.

    Reis F, Andrade R, Rodrigues C, Barbosa F. Discriminant indexes to simplify the differential diagnosis between iron deficiency anemia and thalassemia minor in individuals with microcytic anemia. Rev Assoc Med Bras. 2020;66(9):1277-82.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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