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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 846
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TRALI – INVESTIGAÇÃO DE ANTICORPOSANTI-HLA EM AMOSTRAS DE DOAÇÃO DE SANGUE DO CENTRO DE HEMOTERAPIA E HEMATOLOGIA DO ESTADO DO PARÁ
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EVO Jorgea, HdS Anijarb, NN Fariasb, EdS Martins Filhob, NCC de Almeidab, EVNS de Souzab, KJF Fariasc, PJMdS Matosb, LB Juniord, MBd Silvad
a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (HEMOPA), Ananindeua, PA, Brasil
b Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (HEMOPA), Belém, PA, Brasil
c Instituto Evandro Chagas, Belém, PA, Brasil
d Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Os procedimentos transfusionais, embora realizados com altos padrões de segurança e qualidade, ainda podem apresentar reações adversas, tanto imediatas quanto tardias, em cerca de 1% dos casos. Entre essas reações, destaca-se a TRALI (lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão), uma reação transfusional imediata que ocorre até 6 horas após a administração de hemocomponentes contendo plasma. A TRALI é caracterizada por insuficiência respiratória aguda, edema pulmonar bilateral e hipoxemia grave, sem evidências de disfunção cardíaca. Essa condição pode ser desencadeada pela presença de anticorpos contra antígenos de neutrófilos humanos (HNA) ou contra antígenos leucocitários humanos (HLA) de classes I e II. Os anticorpos anti-HLA, por sua vez, são geralmente formados em resposta a eventos sensibilizantes, como gravidez, múltiplas transfusões sanguíneas ou transplantes.

Objetivos

Investigar a presença de anticorpos anti-HLA em amostras de doação de sangue notificadas pela hemovigilância após suspeita de episódios TRALI pós transfusões realizadas pela hemorede do Estado do Pará.

Material e métodos

Estudo descritivo, transversal com uso de dados provenientes de rotina laboratorial regular, cujo levantamento ocorreu de forma agrupada e sem identificação individual. Foram analisadas pelo setor de Imunogenética da Fundação HEMOPA um total de 27 amostras de sangue de doação, encaminhados para investigação de anticorpos anti-HLA de classe I e II. A detecção dos anticorpos foi realizada por citometria de fluxo, utilizando a tecnologia Luminex® XMAP®, baseada em microesferas codificadas por cores e revestidas com antígenos HLA de classe I ou II. Quando presentes, os anticorpos anti-HLA são marcados com anticorpos IgG conjugados à ficoeritrina (PE) e detectados por citometria de fluxo. A análise dos resultados foi realizada com o software HLA Fusion™ v4.7 (One Lambda, Inc.), e os cálculos de frequência relativa foram feitos no Microsoft Excel 365®.

Resultados

O presente estudo identificou a presença de anticorpos anti_HLA em 29,5% (8/27) das amostras investigadas no período de 2018 a Maio de 2025. Nestas, a frequência de anticorpos anti- HLA foi de 27% de especificidades anti-HLA de Classe I, 83% de Classe I e 93% de Classe II, 49% de Classe I e 85% de Classe II,12% de Classe II e 0,15% de Classe I.

Discussão e conclusão

Os resultados encontrados indicam uma ocorrência importante de casos de TRALI em amostras de doação de sangue. A literatura sugere uma possível associação entre determinados perfis de doadores e a ocorrência de eventos transfusionais compatíveis com TRALI. Uma possível medida preventiva seria a triagem prévia de anticorpos anti-HLA em doadoras com histórico de múltiplas gestações. Ressalta-se, ainda, a existência de casos subnotificados ou não identificados, o que dificulta a investigação de outras possíveis causas associadas à reação.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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