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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2614
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TERAPIA COM TISAGENLECLEUCEL NO TRATAMENTO DO LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B RECIDIVADO OU REFRATÁRIO: EVIDÊNCIAS CLÍNICAS E PERFIL DE SEGURANÇA COM BASE NOS ESTUDOS CLÍNICOS PUBLICADOS
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MESV Françaa, BKT Costaa, DP Pinheiroa, CLP Limaa, DCA Feioa, HF Ribeirob, SR Antunesa
a Centro Universitário Metropolitano da Amazônia (UNIFAMAZ), Belém, PA, Brasil
b Universidade do Estado do Pará (Campus VIII-Marabá), Marabá, PA, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A introdução das terapias com células T com receptor de antígeno quimérico (CAR-T) revolucionou o manejo dos linfomas não Hodgkin (LNH) recidivados ou refratários, oferecendo novas possibilidades terapêuticas para pacientes com prognóstico reservado. O tisagenlecleucel (Tisa-cel), uma terapia autóloga anti-CD19, é uma terapia CAR-T com aprovação para adultos com linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) refratário em alguns países do mundo, com resultados promissores no estudo JULIET. Seu mecanismo de ação envolve ativação sustentada de linfócitos T, com menor risco de toxicidade grave em comparação a outras CAR-T que utilizam domínios coestimuladores diferentes.

Objetivos

Avaliar os principais achados clínicos e o perfil de segurança do tisagenlecleucel no tratamento de pacientes com LDGCB recidivado/refratário, com base nos dados do estudo JULIET e evidências subsequentes, considerando sua aplicabilidade na prática clínica atual.

Material e métodos

Foi conduzida uma revisão integrativa da literatura utilizando a base de dados PubMed, incluindo publicações entre 2019 e 2024. Foram incluídos ensaios clínicos e estudos observacionais que avaliaram eficácia, segurança, toxicidade e aprovação regulatória do Tisa-cel no tratamento de LNH.

Discussão e conclusão

O Tisa-cel utiliza um domínio coestimulador 4-1BB, associado a maior persistência das células CAR-T e menor toxicidade. No estudo JULIET, a taxa de resposta completa (RC) foi de 52% em pacientes com LDGCB recidivado/refratário, com sobrevida global (SG) de 10,7 meses e sobrevida livre de progressão (SLP) mediana de 3 meses. Dados de mundo real confirmam sua eficácia, com taxa de resposta objetiva (ORR) de 59,5% e SG de 43,6% em 24 meses, mesmo em pacientes inelegíveis para transplante autólogo. Em comparação com terapias padrão de resgate, demonstrou redução significativa do risco de morte (HR ajustado de 0,44) e maior taxa de resposta. Quanto à segurança, os principais eventos adversos foram síndrome de liberação de citocinas (SLC) e neurotoxicidade associada a células efetoras imunes (ICANS), ambos em menor frequência e gravidade que em outras CAR-T. Apenas 5% dos pacientes apresentaram SLC grau ≥ 3 e 1% desenvolveram neurotoxicidade grave, segundo dados europeus. A mortalidade não relacionada à doença foi de 4%, com efeitos adversos manejáveis com suporte clínico adequado. O Tisa-cel mostrou desempenho clínico positivamente relevante em pacientes com LDGCB recidivado, sendo uma alternativa especialmente vantajosa para indivíduos com comorbidades, maior fragilidade clínica ou risco aumentado de toxicidades graves. Contudo, apresenta taxas de sucesso menores que seu concorrente, o Axicabtagene ciloleucel. Tisagenlecleucel é eficaz e mais seguro que outras CAR-T, sendo opção valiosa para pacientes com LDGCB recidivado, com comorbidades ou fragilidades. Entretanto, custo, logística de produção e necessidade de infraestrutura especializada ainda limitam sua ampla utilização.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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