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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 3164
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TAFASITAMABE E LENALIDOMIDA COMO PONTE PARA TRANSPLANTE ALOGÊNICO HAPLOIDÊNTICO EM LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B COM RECAÍDA EM SNC
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CM Melo, CB Prato, ML Puls, TAS Pereira, PEM Flores, LB Lanza, JN Cavalcante, PM Yamamoto, MCMd Almeida, RL Silva
São Camilo/Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) com recaída em sistema nervoso central (SNC) apresenta prognóstico extremamente desfavorável, principalmente nos casos com doença recaída após resgate com transplante de medula óssea (TMO) autólogo. O manejo é difícil devido às baixas taxas de resposta das terapias de resgate, principalmente em países onde a terapia com células CAR-T ainda não é facilmente disponível. Dessa forma, o tratamento de resgate seguido de TMO alogênico continua sendo a única opção curativa. A combinação de tafasitamabe e lenalidomida surge como alternativa promissora para se obter remissão e possibilitar a realização do TMO. Sendo assim, o objetivo do trabalho é relatar o caso de paciente com LDGCB recidivado em SNC após TMO autólogo, tratado com tafasitamabe e lenalidomida como terapia de resgate e ponte para transplante alogênico haploidêntico.

Descrição do caso

Paciente masculino, 54 anos, apresentou recaída de LDGCB em Janeiro de 2025, 3 meses após TMO autólogo, com quadro de paralisia facial periférica a direita, dor óssea difusa, hipercalcemia da malignidade e pancitopenia. Realizada coleta de líquor com 81% de células B CD20+ neoplásicas, infiltração óssea extensa à ressonância e biópsia de medula óssea compatível com infiltração medular por LDGCB. Optado por tratamento com quimioterapia intratecal (MADIT) duas vezes por semana, associado a tratamento de resgate com tafasitamabe 12 mg/kg EV e lenalidomida 25 mg/dia VO por 21 dias/ciclo. Após 5 ciclos, paciente evoluiu com melhora clínica importante e resolução dos sintomas neurológicos, sendo realizada avaliação de resposta em junho de 2025, com coleta de líquor sem infiltração neoplásica, biópsia de medula óssea sem alterações e PET-CT sem evidência de lesões hipermetabólicas sugestivas de doença linfoproliferativa em atividade. Não ocorreram eventos adversos graves atribuídos ao tratamento. Em julho de 2025 foi realizada consolidação com transplante alogênico haploidêntico de sua filha, com condicionamento de intensidade reduzida (FluBuCyTBI 2Gy) e profilaxia de doença do enxerto contra o hospedeiro com ciclofosfamida pós transplante, micofenolato e ciclosporina.

Conclusão

A taxa de resposta completa após tratamento de resgate em pacientes com LDGCB recaído após TMO autólogo, sobretudo em pacientes com doença recaída em SNC é baixa. A combinação de tafasitamabe e lenalidomida apresentou resposta relevante e rápida, possibilitando a consolidação do tratamento com TMO alogênico e sem efeitos colaterais significativos, reforçando o papel desta combinação mesmo em paciente com recaída em SNC, população habitualmente excluída dos principais estudos clínicos para terapias de resgate. Dessa forma, conclui-se que o uso de tafasitamabe e lenalidomida como ponte para transplante alogênico haploidêntico mostrou-se eficaz e seguro em paciente com LDGCB recidivado em SNC, permitindo remissão completa e consolidação com TMO alogênico.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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