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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2665
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SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE DEVIDO A METAPNEUMOVÍRUS HUMANO EM PACIENTE COM LINFOMA LINFOBLÁSTICO DURANTE A TERAPIA DE INDUÇÃO
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RdA Sgro, TS Band, ABB Costa, AL Copello, AS Anjos, BB Wigderowitz, LF Nano, RL Almeida, KP Urago
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O quadro respiratório agudo em pacientes durante o tratamento de leucemia tem sido fonte de grande preocupação entre médicos hematologistas. Diversas causas etiológicas já foram descritas, sendo que infecções virais podem causar grave repercussão clínica, inclusive levando ao óbito. Casos de infecção por Metapneumovírus humano (hMPV) têm sido relatados em pacientes submetidos a transplante de medula óssea ou em indução quimioterápica intensiva, com desfechos clínicos variados.O hMPV é um vírus respiratório da família Paramyxoviridae, identificado pela primeira vez em 2001, responsável por infecções do trato respiratório superior e inferior em crianças, adultos e imunocomprometidos. Em pacientes com câncer hematológico e transplantados, a infecção pode evoluir de forma fulminante, com taxas de mortalidade que variam de 10% a 40%.

Objetivos

Relatar um caso de síndrome respiratória aguda após recuperação medular em paciente recebendo quimioterapia intensa.

Resultados

Paciente masculino, 36 anos, com diagnóstico prévio de artrite idiopática juvenil, cursando com deformidades articulares. Foi internado no serviço de hematologia devido à presença de massa mediastinal, perda ponderal e dispneia. Realizou biópsia da massa, cujo histopatológico evidenciou positividade nas células de interesse para CD3, CD7, TdT e C-Kit, com negatividade para CD1a, CD10 e CD34, além de Ki-67 >90%, compatível com linfoma/leucemia linfoblástica T. Ao diagnóstico, não havia invasão medular e a doença apenas supradiafragmática. Iniciou tratamento quimioterápico com o protocolo HyperCVAD, com boa resposta clínica após o bloco IA e desaparecimento da massa mediastinal. Foi reinternado para o bloco IB do mesmo protocolo. Evoluiu com neutropenia febril no D11 do ciclo, com documentação microbiológica de Moraxella sp., mantendo estabilidade clínica após terapia antimicrobiana adequada. No entanto, três dias após, desenvolveu quadro respiratório com dor torácica, crepitações pulmonares e tosse. PCR qualitativo em swab nasal identificou infecção por hMPV. A evolução foi rapidamente desfavorável, com hipoxemia grave, choque hemodinâmico e taquidispneia. O paciente foi encaminhado à UTI, necessitando intubação orotraqueal e uso de drogas vasoativas, sem resposta às medidas adotadas, evoluindo a óbito oito dias após o início do quadro clínico.

Conclusão

A infecção por hMPV constitui uma etiologia relevante de insuficiência respiratória aguda em pacientes imunocomprometidos, particularmente durante ou após quimioterapia intensa. Dada a ausência de terapias antivirais específicas e a limitação de estratégias profiláticas eficazes, o diagnóstico precoce por PCR e o monitoramento rigoroso de sintomas respiratórios são essenciais. O presente relato reforça a importância da inclusão sistemática de vírus respiratórios, incluindo hMPV, no diagnóstico diferencial de síndrome respiratória aguda em hematologia, sobretudo em períodos de sazonalidade aumentada e em pacientes em tratamento mielossupressor.

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Referências:

  • 1.

    Seo S, Xie H, Campbell AP, Kuypers JM, Leisenring WM, Englund JA, et al. Human Metapneumovirus Infections Following Hematopoietic Cell Transplantation: Factors Associated With Disease Progression. Biol Blood Marrow Transplant. 2016;22:414-22.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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