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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
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ID - 681
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RUXOLITINIBE NO TRATAMENTO DA DOENÇA DO ENXERTO CONTRA O HOSPEDEIRO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
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TS Pereira, ALN Gomes, DMSL Silva
Hospital Amaral Carvalho, Jaú, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH) permanece como uma das principais causas de complicações, morbidade e mortalidade pós-transplante de células-tronco hematopoieticas. Essa condição surge quando linfócitos T imunocompetentes do enxerto do doador reconhecem os tecidos do receptor como estranhos devido a diferenças de histocompatibilidade e iniciam uma resposta imunológica contra eles. O tratamento de primeira linha baseia-se em uso de corticosteroides, porém, cerca de 50% a 60% dos pacientes apresentam resposta inadequada, demandando alternativas terapêuticas. Em 2022, a ANVISA aprovou o uso do ruxolitinibe, um inibidor seletivo das vias JAK1/JAK2, como opção de segunda linha para DECH que tem emergido como uma opção promissora para DECH refratária.

Objetivos

Discutir os resultados de eficácia e segurança do uso do ruxolitinibe como tratamento para DECH.

Material e métodos

O presente trabalho trata-se de uma revisão integrativa. O trabalho seguiu os preceitos do estudo exploratório, por meio de uma pesquisa bibliográfica. Baseando-se na busca de artigos indexados na seguinte base de dados: PUBMED. Foram aplicados os seguintes descritores: Ruxolitinib, GVHD, com o operador booleano “AND”. Sendo selecionados meta-análises, ensaios clínicos randomizados e revisões sistemáticas no idioma inglês, com recorte temporal de janeiro de 2020 até julho de 2025.Os dados obtidos foram selecionados e sistematicamente classificados de acordo com a classificação dos níveis de evidencia. A utilização da estratégia de busca na base de dados resultou em 10 estudos, dos quais, após leitura e aplicação dos critérios, houve exclusão de 2 estudos pois não se aplicavam a temática investigada, no total, 8 estudos foram incluídos.

Discussão e conclusão

De forma geral, a presente revisão integrativa evidenciou que os estudos incluídos corroboram com a hipótese de que o ruxolitinibe é uma alternativa terapêutica promissora no tratamento do DECH. Os estudos analisados demonstram que o ruxolitinibe é eficaz em promover respostas clínicas significativas, com taxas de respostas global (ORR) variando entre 49% e 74% para DECH aguda e 50% a 76% para DECH cronica em diferentes populações, portanto, o beneficio é observado tanto em DECH aguda quanto na cronica. Em ensaios como REACH 3 e REACH 2, o ruxolitinibe mostrou-se superior ao tratamento padrão, com maior taxa de resposta duradoura, melhora dos sintomas e maior sobrevida livre de falha. Subanálises de populações específicas, como a japonesa, confirmaram a consistência dos benefícios terapêuticos. Em pacientes pediátricos, os resultados também foram positivos, com taxas de resposta clínicas semelhantes às de adulto, embora dados de segurança a longo prazo ainda sejam limitados. Além disso, observou-se que o início precoce da terapia com ruxolitinibe esta associado a melhores desfechos clínicos. Em relação ao perfil de segurança, eventos adversos hematológicos como citopenias (especialmente anemias e trombocitopenias) foram os efeitos adversos mais frequentes, exigindo monitoramento hematológico continuo, porém as meta-análises incluídas reforçaram a eficácia consistente e o perfil de segurança gerenciável do fármaco. O ruxolitinibe representa uma alternativa eficaz e segura para o tratamento da DECH refratária a corticosteroides, com evidências consistentes em diferentes subgrupos, incluindo pacientes pediátricos e populações previamente tratadas. Estudos adicionais são necessários para estabelecer protocolos de uso ideais, especialmente a longo prazo.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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