HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosAs leucemias agudas representam um grupo heterogêneo de doenças hematológicas malignas caracterizadas pela proliferação descontrolada de células precursoras mieloides ou linfoides, com acúmulo de blastos na medula óssea e sangue periférico. Classificadas em leucemia mieloide aguda (LMA) e leucemia linfoide aguda (LLA), essas neoplasias exigem abordagem imediata devido ao seu curso clínico agressivo. A LMA é mais prevalente em adultos, enquanto a LLA predomina em crianças, apresentando diferentes perfis genéticos e respostas ao tratamento. Avanços recentes na caracterização molecular e no desenvolvimento de terapias-alvo têm modificado significativamente o prognóstico dessas doenças.
ObjetivosEsta revisão sistemática teve como objetivo consolidar dados sobre epidemiologia, diagnóstico, estratégias terapêuticas e desfechos clínicos das leucemias agudas.
Material e métodosPara a elaboração deste estudo, foi realizada busca nas bases de dados PubMed, SciELO e Cochrane Library, utilizando os descritores "acute leukemia", "AML", "ALL", "treatment" e "prognosis". Foram incluídos artigos publicados entre 2018 e 2023, priorizando ensaios clínicos randomizados, meta-análises e diretrizes consolidadas. Os critérios de exclusão envolveram estudos com amostras menores que 50 pacientes ou sem análise estatística robusta. Os dados foram extraídos e sintetizados para apresentar uma visão atualizada sobre o tema.
Discussão e conclusãoOs resultados demonstram que a LMA apresenta incidência anual de 3-5 casos por 100.000 habitantes, com pico de ocorrência após os 60 anos. Alterações genéticas como mutações no FLT3, NPM1 e CEBPA influenciam no prognóstico e na escolha terapêutica. O tratamento convencional baseia-se em quimioterapia intensiva com citarabina e antraciclinas, enquanto inibidores de FLT3 (midostaurina) e terapia com venetoclax têm melhorado os desfechos em subgrupos específicos. Já a LLA, mais comum em crianças, possui taxa de cura superior a 90% em protocolos pediátricos, porém o prognóstico em adultos permanece desafiador, com sobrevida global de 40- 50%. Terapias inovadoras, como inibidores de tirosina quinase (imatinibe) para LLA Ph+ e imunoterapias (blinatumomabe e CAR-T cells), têm revolucionado o manejo da doença. Em conclusão, as leucemias agudas demandam abordagem multidisciplinar e personalizada, considerando características moleculares e imunofenotípicas. A incorporação de novas terapias-alto e imunoterapias tem impactado positivamente a sobrevida, especialmente em pacientes com doença refratária. No entanto, desafios persistem, como a resistência terapêutica e a toxicidade associada a tratamentos intensivos. Estudos prospectivos são necessários para validar biomarcadores preditivos e otimizar estratégias terapêuticas, visando melhorar os desfechos nessa população de alto risco.
Referência:
Döhner H, Wei AH, Appelbaum FR, Craddock C, DiNardo CD, Dombret H, et al. Diagnosis and management of AML in adults: 2022 recommendations from an international expert panel on behalf of the ELN. Blood. 2022;140(12):1345-77. doi: 10.1182/blood.2022016867.




