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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 102
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REVISÃO DOS INTERVALOS DE REFERÊNCIA PARA EXAMES DE COAGULAÇÃO DE ROTINA COM BASE EM DADOS REAIS DE LABORATÓRIO
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RMC Penteado, G Durigon, NF Centurião, DALS Campos, AAR Villarinho, AO Santos, TF Almeida, JCC Guerra
Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A interpretação de exames de coagulação depende de intervalos de referência (IR) bem estabelecidos. No entanto, muitos refletem apenas valores históricos ou literatura estrangeira, sem validação com a população local. Isso se torna ainda mais crítico em faixas etárias específicas, como crianças menores de um ano, onde há maior variabilidade biológica e menor representatividade estatística.

Objetivos

Comparar os intervalos de referência atualmente utilizados para os testes de Tempo de Protrombina (TP), Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA), Tempo de Trombina (TT) e fibrinogênio na rotina do serviço (HIAE) com o calculado baseado na base de dados institucionais (RLAB).

Material e métodos

Estudo retrospectivo realizado com resultados de pacientes ambulatoriais e sem referência ao uso de anticoagulantes, com idades entre 1 e 100 anos. Os valores de referência foram definidos pela distribuição dos resultados utilizando o pacote LabRI no software online R versão 4.4.3 e, quando apropriado, por análise de clusters (dados com características parecidas). Grupos etários abaixo de 12 meses foram avaliados separadamente.

Resultados

Ao avaliar 32923 resultados de TP, observamos que o valor da atividade estava mais amplo que o considerado no IR do laudo (VR RLAB: 64–101% vs. VR HIAE: 70–100%) contudo sem diferenças em relação ao INR (IR RLAB:0,98–1,15 vs. IR HIAE: 0,96–1,30). Ao analisar a relação do teste de TTPA com o tamanho amostral de 24340 exames, não foi evidenciado discrepâncias significativas ( IR RLAB 0,93–1,26 vs. IR HIAE: 0,90–1,25). Já no teste de TT, com o tamanho amostral inferior aos testes anteriores (N=18459), o valor encontrado se apresentou mais estreito, mas dentro do valor de referência estabelecido atualmente (IR RLAB 17,2–23,9s vs. IR HIAE: 16,0–26,1s). O teste de fibrinogênio considerando 23031 exames também apresentou resultados semelhantes ao praticado (IR RLAB 204–414 mg/dL vs. IR HIAE: 200–400 mg/dL). Em pacientes menores de 12 meses, só foi possível estimar o IR do TTPA, o qual se apresentou com valor de relação entre 0,91–1,41 devido pequeno tamanho amostral. Quando comparados pacientes acima e abaixo de 1 ano de idade, observamos apenas resultados de TT significativamente mais elevados e de fibrinogênio significativamente mais baixos nas crianças com menos de 12 meses.

Discussão e conclusão

Os intervalos de referência atualmente utilizados nos laudos mostraram-se representativos dos resultados obtidos na população, porém com margens mais amplas. O estudo reforça a importância da validação dos IR com dados locais e evidencia a necessidade de revisão para populações pediátricas, particularmente em menores de 1 ano devido a variabilidade fisiológica nesta faixa etária.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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