HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosAs coagulopatias representam alterações nos mecanismos hemostáticos com impacto clínico significativo, especialmente em contextos como infecção grave, trauma e estados inflamatórios. No Brasil, o interesse científico tem aumentado nesse tema, sobretudo após a pandemia da COVID‑19, que evidenciou coagulopatias associadas à infecção viral. Revisões sistemáticas e metanálises nacionais são fundamentais para consolidar evidências e orientar práticas clínicas.
ObjetivosRealizar uma síntese das evidências científicas sobre coagulopatias divulgadas em revisões gerais, revisões sistemáticas e metanálises nacionais no período de 2020–2025, destacando diagnóstico, mecanismos, fatores de risco e impacto clínico.
Material e métodosPesquisa bibliográfica em bases brasileiras (SciELO, HTCT, RSD e repositórios acadêmicos) com critérios de inclusão: revisões, sistemáticas ou metanálises publicadas entre janeiro de 2020 e julho de 2025, em língua portuguesa ou espanhola, que abordem coagulopatias em adultos ou grupos específicos (COVID‑19, gestantes, trauma). Foram selecionados estudos brasileiros ou de instituições nacionais publicando revisões sobre tema.
Discussão e conclusãoDesenvolvimento de tromboembolismo venoso e impacto em adultos hospitalizados com COVID‑19 – revisão sistemática rápida publicada em 2025: identificou prevalência de TEV, fatores associados e impacto da anticoagulação profilática como fator protetor (OR 0,02; p < 0,001). COVID‑19 associado com coagulopatia: revisão de literatura (HEMO 2024) – síntese de artigos nacionais (2020‑2023) identificando alterações laboratoriais (d‑dímero, fibrinogênio, TP), mecanismos pró‑inflamatórios e indicação predominante de heparina de baixo peso molecular em casos graves. Coagulopatia em gestantes com COVID‑19 – revisão de literatura brasileira 2023–2024 sobre microangiopatia gestacional e coagulopatias induzidas por SARS‑CoV‑2. Deficiência de Fator XIII, uma coagulopatia rara – relato de casos, não exatamente revisão, mas útil para contextualizar coagulopatias menos prevalentes no Brasil. As evidências nacionais recentes mostram forte associação entre COVID‑19 grave e desenvolvimento de coagulopatias, especialmente TEV, destacando alterações em parâmetros laboratoriais como dímero‑D, fibrinogênio e tempo de protrombina. Revisões identificaram que a anticoagulação profilática, especialmente com heparina de baixo peso molecular, atua como fator protetor, reduzindo risco de tromboembolismo em pacientes hospitalizados. Em gestantes com COVID‑19, a coagulopatia pode se manifestar por microangiopatia, com riscos obstétricos importantes. A literatura nacional ainda apresenta lacunas no que se refere a metanálises robustas sobre coagulopatias além do contexto COVID‑19, e há necessidade de maior produção sistematizada em áreas como trauma, deficiências raras (por exemplo, fator XIII) e coagulopatias hereditárias ou adquiridas. Relatos de caso (como deficiência de Fator XIII) ilustram raridade, mas não substituem estudos com maior nível de evidência. Entre 2020 e 2025, o Brasil produziu revisões científicas relevantes sobre coagulopatias no contexto da COVID‑19, evidenciando mecanismos fisiopatológicos, indicadores laboratoriais e o papel da anticoagulação profilática. Ainda há carência de revisões sistemáticas sobre coagulopatias em outros contextos clínicos (gestantes, trauma, doenças genéticas). São necessárias estudos nacionais mais amplos e metanálises estruturadas para consolidar evidências clínicas, diagnósticas e terapêuticas nesses grupos.
Referências: ROCHA, SP.




