Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 370
Acesso de texto completo
RETROVIGILÂNCIA EM HEMOTERAPIA: ANÁLISE DE SOROCONVERSÕES DETECTADAS EM UM BANCO DE SANGUE DE SERGIPE
Visitas
21
RC Torres, MF Costa, GM Santos-Junior, PCC Santos-Júnior, LPS Dantas, CS Guimarães
Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Sergipe (IHHS), Aracaju, SE, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Resume
Texto Completo
Baixar PDF
Estatísticas
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

A retrovigilância é uma etapa crítica da hemovigilância, voltada à investigação retrospectiva de doações após a detecção de sorologias reagentes em doadores reincidentes. Situações como soroconversão tardia representam um risco potencial à segurança transfusional, especialmente quando hemocomponentes são liberados antes da confirmação sorológica final.

Objetivos

Avaliar a incidência de casos que exigiram retrovigilância em função de sorologias reagentes identificadas em doações posteriores e analisar os fatores contribuintes para essas ocorrências.

Material e métodos

Estudo retrospectivo e descritivo com base nos registros do indicador “Taxa de Retrovigilância por Sorologia Reagente”, no período de janeiro a junho de 2025. Foram analisados os dados mensais de sorologias reagentes e os casos que demandaram investigações retroativas, de acordo com os protocolos da ANVISA.

Resultados

No primeiro semestre de 2025, foram registradas 89 doações com sorologia reagente, com destaque para os marcadores anti-HBc, sífilis, HIV, HCV e HTLV. A taxa de retrovigilância variou entre zero e 2%. Três casos demandaram investigação retroativa: um em março (sífilis), um em maio (sífilis) e outro em junho (anti-HBc), totalizando dois eventos confirmados de soroconversão tardia. Em todos os episódios, os doadores apresentaram sorologias não reagentes em doações anteriores, sendo identificados como reagentes apenas em nova doação após o período de janela imunológica. Vale ressaltar que para fins de notificação no NOTIVISA, só devem ser considerados os casos de soroconversão para Anti-HIV; Anti-HCV; HBsAg, Anti-HTLV-1 e -2, Anti-HBc e NAT positivo e sorologia negativa para HIV, HCV e HBV.

Discussão e conclusão

As investigações apontaram como principais causas a falha na identificação de comportamentos de risco durante a triagem clínica, possível omissão de informações por parte dos doadores e limitações dos testes sorológicos em estágios precoces da infecção. A retrovigilância foi eficaz na contenção dos riscos, com rastreamento dos hemocomponentes, avaliação da cadeia transfusional e notificações conforme protocolos. Constatou-se que a retrovigilância demonstrou-se fundamental para a segurança transfusional, permitindo a rápida resposta a casos de soroconversão. A ocorrência de eventos em meses específicos reforça a necessidade de qualificação contínua da triagem clínica, aprimoramento das estratégias de educação ao doador e uso criterioso de tecnologias laboratoriais. A manutenção da vigilância ativa e da análise periódica dos indicadores é essencial para mitigar riscos e fortalecer a confiança no sistema hemoterápico.

Texto Completo

Referências:

  • AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Manual de hemovigilância. Brasília: ANVISA, 2022. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). RDC n.° 34, de 11 de junho de 2014. Dispõe sobre as Boas Práticas no Ciclo do Sangue. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 111, p. 75, 12 jun. 2014.

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS n° 158, de 4 de fevereiro de 2016. Redefine o regulamento técnico de procedimentos hemoterápicos. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 24, p. 34–37, 5 fev. 2016.

  • Oliveira LC de, et al. Hemovigilância e retrovigilância: revisão sobre a segurança do ciclo do sangue. Revista Brasileira de Análises Clínicas, Rio de Janeiro, v. 52, n. 1, p. 51–58, 2020.

Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas