HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA implantação de um serviço de transplante de medula óssea (TMO) vai além da adequação da estrutura física, exigindo uma gestão integrada que promova qualidade, segurança e capacitação contínua da equipe. Este serviço é essencial no tratamento de doenças hematológicas graves, cujas chances de cura dependem diretamente da excelência da assistência prestada. Nesse contexto, o presente estudo foca nas estratégias adotadas para superar os desafios inerentes ao processo de implantação e garantir a sustentabilidade e perenidade do serviço. Tem como objetivo Analisar o desempenho e processo de implantação de um serviço de TMO em um hospital filantrópico de grande porte.
Relato de casoTrata-se de um estudo transversal descritivo realizado em um hospital filantrópico de grande porte, em Salvador, Bahia. baseado na análise prospectiva das ações de gestão realizadas desde o início do projeto, incluindo a integração multidisciplinar, desenvolvimento de protocolos, treinamento da equipe e adequação da infraestrutura. Foram realizadas 40 sessões de capacitação com metodologias ativas para equipe multidisciplinar, alinhadas a reuniões mensais entre os setores envolvidos visando o monitoramento dos avanços e a realização de ajustes necessários. Durante o processo de implantação do serviço, quatro pilares principais sustentaram as ações realizadas. Em primeiro lugar, a gestão integrada e a multidisciplinaridade mostraram-se fundamentais para o sucesso, com a criação de canais de comunicação regulares e o envolvimento direto da liderança hospitalar, o que possibilitou o alinhamento dos objetivos e a resolução rápida de entraves. A capacitação contínua da equipe também foi um fator-chave, tendo sido realizados treinamentos específicos focados no atendimento seguro e na aplicação de protocolos adaptados ao perfil dos pacientes transplantados, fortalecendo a cultura de segurança do paciente no ambiente hospitalar. Apesar dos desafios físicos e operacionais, especialmente a demora na finalização da estrutura física necessária, o planejamento detalhado e o engajamento da equipe contribuíram para minimizar os impactos negativos, garantindo a inauguração do serviço com alta qualidade assistencial. Além disso, os resultados clínicos alcançados nos primeiros meses de funcionamento foram promissores, com a realização de 19 transplantes autólogos em um ano de funcionamento com uma taxa de pega medular de 100%, evidenciando a eficácia do modelo implantado e a qualidade do atendimento prestado.
ConclusãoA excelência na implantação do serviço de TMO depende tanto da infraestrutura adequada quanto das estratégias de gestão, capacitação contínua e comunicação eficiente entre as equipes. O investimento em formação, padronização de processos e liderança comprometida foi decisivo para alcançar resultados clínicos superiores aos padrões nacionais, além de ampliar o acesso regional a terapias avançadas. O serviço está preparado para evoluir, ampliando o volume e a complexidade dos transplantes. Os desafios futuros incluem a consolidação da rotina assistencial, ampliação das modalidades de transplante e fortalecimento da capacitação técnica, visando à expansão da oferta e melhoria contínua da qualidade do serviço.




