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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 3337
Acesso de texto completo
RELATO DE EXPERIÊNCIA: O PAPEL DO ENFERMEIRO NAVEGADOR NO MONITORAMENTO DE MEDICAMENTOS ESPECÍFICOS DURANTE A JORNADA DO PACIENTE
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23
MVCR Gonçalves, FG Valente, SR Simões, LO das Neves, ALA Santos, VC Santos, MA Romeu, STA Accioly
Hospital Santa Isabel, Salvador, BA, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O tratamento oncohematológico com medicamentos biespecíficos apresenta complexidades que exigem vigilância contínua e especializada para o manejo das toxicidades associadas. A atuação da Enfermeira Navegadora é fundamental, não apenas no suporte ambulatorial, mas também durante a internação, assegurando a continuidade e segurança do cuidado.

Objetivos

Este relato descreve a experiência do monitoramento realizado pela Enfermeira Navegadora ao longo de toda a jornada do paciente, desde a internação até o tratamento ambulatorial.

Material e métodos

No serviço de Oncohematologia, foi implantado um fluxo operacional integrado, intersetorial e multidisciplinar dentro do Programa de Navegação de Enfermagem, direcionado a pacientes em tratamento com terapias que utilizam medicamentos biespecíficos. O processo inicia-se com a solicitação médica do medicamento biespecífico, encaminhada à Enfermeira Navegadora, que acolhe o paciente, esclarece dúvidas sobre o tratamento, toxicidades potenciais e orienta quanto ao processo de cuidado. Logo após, a solicitação é formalizada e protocolada no serviço de farmácia. Paralelamente, a Enfermeira Navegadora monitora a jornada do paciente desde autorização a internação, junto à equipe de Enfermagem assistencial, monitorando o estado clínico, incluindo a Síndrome de liberação de citocinas (SLC), que é uma das principais toxicidades agudas associadas ao uso de medicamentos biespecíficos. Essa síndrome ocorre pela ativação intensa e descontrolada de células do sistema imunológico, especialmente linfócitos T. Clinicamente, a SLC se manifesta com febre, hipotensão, taquicardia, hipóxia, fadiga, mialgia e náuseas, podendo evoluir para disfunção orgânica grave se não for prontamente manejada. Geralmente, ocorre nos primeiros dias após a administração do medicamento e requer monitoramento contínuo e intervenção precoce. Após alta hospitalar o cuidado prossegue em nível ambulatorial, onde a Enfermeira Navegadora realiza contato monitoramento avaliando sintomas, adesão ao tratamento e manifestações tardias, orientando pacientes e familiares e mantendo vigilância constante. A sistematização desse fluxo permitiu uma integração eficiente entre as equipes, facilitou a comunicação e aumentou a segurança do paciente durante toda a jornada terapêutica com medicamentos biespecíficos.

Discussão e conclusão

A experiência reforça a evidência científica sobre a importância da Enfermeira Navegadora na minimização de complicações decorrentes de terapias complexas. Um fluxo operacional estruturado, aliado ao papel ativo do Enfermeiro Navegadora, possibilita a rápida identificação e intervenção precoce em toxicidades agudas, além do acompanhamento necessário para o manejo de efeitos tardios e promoção da adesão ao tratamento. A comunicação contínua e a educação ao paciente e familiares aumentam a segurança e a confiança no tratamento. A formalização e padronização do fluxo contribuem para a redução de falhas, otimização dos recursos hospitalares e melhor coordenação multidisciplinar. O papel da Enfermeira Navegadora ao longo da jornada do paciente oncohematológico é imprescindível para um monitoramento efetivo da toxicidade dos medicamentos biespecíficos. A condução assertiva do fluxo integrado e multidisciplinar promove segurança, adesão ao tratamento e melhores desfechos clínicos, evidenciando que a navegação é uma estratégia essencial na assistência oncológica.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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