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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2240
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RELAÇÕES ENTRE CINESIOFOBIA E PARÂMETROS CLÍNICOS EM PACIENTES COM DOENÇA FALCIFORME
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G Feldberg, BD Benites, MM Galafassi, MSM Rosa, BP Campelo, AL Lopes, ALV Pansani, F Galvão, STO Saad
Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Sangue, Campinas, SP, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Uma proporção significativa de pacientes vivendo com Doença Falciforme (DF) apresenta dor em mais de 50% dos dias. Uma abordagem biopsicossocial reconhece a influência de fatores sociais, psicológicos e comportamentais na experiência da dor, assim como os desafios no seu manejo considerando sua natureza multifatorial e subjetiva. Componentes físicos e psicológicos, como a cinesiofobia – conceituada como medo excessivo, irracional e debilitante de realizar um movimento - podem afetar significativamente a percepção de dor e os níveis de incapacidade.

Objetivos

O objetivo desse estudo foi mensurar a presença de cinesiofobia em pacientes com Doença Falciforme e analisar seu impacto em parâmetros clínicos relacionados à doença.

Material e métodos

Os participantes foram categorizados por sexo, idade e presença de dor crônica. Os pacientes foram avaliados por meio do Índice de Osteoartrite das Universidades Western Ontario e McMaster de acordo com a capacidade funcional (CF-WOMAC), que é um questionário multidimensional com subescalas de dor, rigidez e função física, e através do questionário Tampa Scale for Kinesiophobia - TSK (quanto maior a pontuação maior o grau de cinesiofobia). Foi avaliada, também, a correlação entre cinesiofobia e variáveis clínicas/funcionais.

Resultados

O estudo incluiu 62 pacientes, 43 mulheres e 19 homens, incluindo 46 HbSS, 10 HbSC ,3 HbSβ0, e 3 HbSβ+, com mediana de idade de 44,5 (28,0–65,0) anos. A pontuação do TSK apresentou mediana da de 44,5 (28,0 a 65,0). Ao comparar os pacientes pela presença ou não de dor crônica, os escores de cinesiofobia foram 45 (30,0-65,0) e 39,0 (28,0-52,0) para os grupos com dor crônica (n=53) e sem dor (n = 9), respectivamente (p = 0,043). Avaliando a CF-WOMAC observou-se pontuação mediana de 16,5 (0,0 a 60,0) para o total de pacientes avaliados e, quando estratificado o grupo, os resultados demonstraram a mediana de 21 (0-60) para o grupo com dor crônica e 3 (0-14) para o grupo sem dor (p < 0,001). Foi encontrado uma correlação significativa entre cinesiofobia e CF-WOMAC (R = 0,459, p < 0,001).

Discussão e conclusão

Os resultados deste estudo evidenciaram níveis elevados de cinesiofobia entre os participantes, independentemente da presença ou ausência de dor. No entanto, observou-se um nível significativamente mais elevado de cinesiofobia no grupo com dor crônica, sugerindo que o medo do movimento pode estar associado à sua intensificação e persistência da dor crônica, refletindo em maior limitação e incapacidade funcional. O mesmo pode ser observado pelos resultados da correlação positiva identificada entre cinesiofobia e as limitações funcionais, o que pode contribuir para o agravamento da disfunção motora, portanto de acordo com o estudo, pacientes com DF e com dor crônica apresentaram níveis significativos de cinesiofobia e piores parâmetros clínicos. Portanto, este estudo destaca a necessidade de uma abordagem multidimensional para o manejo da dor crônica, devendo considerar aspectos fisiológicos, funcionais e psicológicos para proporcionar um cuidado mais eficaz.

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Referências:

Siqueira SB, Teixeira-Salmela LF, Magalhães CF .Escala Tampa de Cinesiofobia-Brasil. Acta Ortop Brasil. 2007;15(1):19-24.

Tichonova A, Rimdeikienė I, Petruševičienė D, et al. The relationship between pain catastrophizing, kinesiophobia and subjective knee function during rehabilitation following anterior cruciate ligament reconstruction and meniscectomy: A pilot study. Medicine.2016;52(4):229-37

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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