HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA oncologia pediátrica representa um grande desafio enfrentado pela medicina contemporânea, não apenas pela complexidade do tratamento de câncer em crianças, mas também pelo impacto emocional que essa condição gera na rede de apoio desse paciente. Em particular, o câncer, sobretudo em crianças e adolescentes, pode representar uma “doença familiar”, pois o seu impacto afeta imediatamente o funcionamento da família, os papéis desempenhados pelos membros e os relacionamentos entre essas pessoas (ANJOS, SANTOS, CARVALHO, 2015). Nesse cenário, o vínculo entre as mães em situações semelhantes pode ser um fator crucial na adaptação e enfrentamento desse contexto adverso, podendo atuar como uma rede de suporte essencial. O fortalecimento desses vínculos em ambientes como serviços de oncologia pediátrica é, portanto, uma área promissora para intervenções psicossociais que visam melhorar não apenas a experiência das mães, mas também os resultados clínicos das crianças.
ObjetivosA pesquisa tem como objetivo investigar a forma que o vínculo entre mães de crianças e adolescentes com câncer impacta a experiência de tratamento de seus filhos, levando em consideração a importância do compartilhamento de vivência em situação semelhante durante o tratamento, dentro de um contexto ambivalente, que ao mesmo que traz esperança no combate da doença, é acompanhado de sofrimento, perdas e incertezas.
Material e métodosPretende-se fazer um estudo qualitativo, através de revisão narrativa, mapeando a literatura e materiais que discutam a criação de redes de apoio de mães na vivência hospitalar e oncologia pediátrica.
Discussão e conclusãoApesar do sofrimento que permeia esses locais, percebe-se o hospital como um local de boas misturas, termo utilizado pela psicóloga Morgana Masetti (2015) para conceituar práticas relacionais que rompem com a rigidez das estruturas tradicionais do cuidado em saúde, promovendo encontros entre diferentes saberes, afetos e subjetividades, designando um modo de operar nos espaços hospitalares que integre a realidade vivida a uma dimensão mais ampla da experiência humana, por meio do afeto, da escuta, do humor e da presença. Diante desse contexto e percebendo o hospital como local de bons encontros e misturas, com cuidadoras majoritariamente do sexo feminino, a presente pesquisa propõe-se a investigar a importância do vínculo entre as mães em um serviço de oncologia pediátrica, buscando compreender como essa conexão pode influenciar o processo de enfrentamento, saúde mental e rede de apoio durante o tratamento do câncer infantil.





