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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1790
Acesso de texto completo
RECIDIVA EM LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA: RELATO DE CASO CLÍNICO NO SUL DA BAHIA
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CGS Pereira, JVT de Souza, MEF dos Santos, LL Soares, MdJ Oliveira, RV Borba, AP da Paixão, RQdS Póvoas, CC da Guarda, MM Aleluia
Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Ilhéus, BA, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A Leucemia Linfoide Aguda (LLA) é um câncer de progressão rápida que afeta os linfoblastos, comprometendo a medula óssea. A recidiva ocorre quando, após um período de remissão, as células leucêmicas voltam a se multiplicar e infiltrar a medula ou outros órgãos.

Descrição do caso

Este trabalho origina de um estudo maior aprovado pelo CEP (CAAE: 47456221.0.0000.5526). N.C.G., 8 anos, pardo, 26,3 kg, foi encaminhado ao setor de Onco-hematologia Pediátrica da Santa Casa da Misericórdia de Itabuna em 21/09/2020. Apresentava aumento abdominal há 30 dias, adenomegalias, hepatoesplenomegalia, febre intermitente, manchas roxas e histórico de internações. Ao exame físico: anictérico, acianótico, hidratado, hipocorado (+++/4), eupneico, bulhas cardíacas normais, murmúrio vesicular presente e bilateral, sem ruídos adventícios. Havia hepatomegalia (6 cm do RCD), esplenomegalia (8 cm do RCE), apêndice xifoide (4 cm) e linfonodos retroauriculares, submandibulares e inguinais. Exames laboratoriais iniciais: Hb = 6,1 g/dL, Ht = 17,9%, plaquetas 15.000 mm3, leucócitos 18.010 mm3, bilirrubina total 0,56 mg/dL (direta 0,17; indireta 0,39), TGO = 28 U/L, TGP = 18 U/L, GGT = 31 U/L, fosfatase alcalina 46 U/L e LDH = 623 U/L. O mielograma de 24/09/2020 mostrou hipocelularidade e o tratamento foi iniciado em 25/09/2020. O diagnóstico de LLA-B de alto risco foi confirmado por imunofenotipagem (86% de células imaturas B) e DRM positiva no D28 (0,2%) e D72. Líquor inicial com 4,5 células/mm3. Não houve realização de farmacocinética, ecocardiograma ou tipagem sanguínea completa na admissão. O tratamento seguiu protocolo de alto risco e cursou com neutropenia após Ara-C, pneumonia com derrame pleural, escabiose, além de a mãe testar positivo para COVID-19. A irmã apresentou HLA não compatível, sendo o paciente incluído no REDOME. O protocolo foi finalizado em 22/06/2023. Em 31/03/2025, houve recidiva medular (86% de blastos), confirmada por biologia molecular com painéis negativos para ETV6::RUNX1, TCF3::PBX1, TCF3::HLF, KMT2A::AFF1 e BCR::ABL1. A conduta incluiu etoposídeo (início em 03/04/2025) e reinício de quimioterapia com Vincristina (VCR). A PEG-asparaginase permanecia em desabastecimento, comprometendo o protocolo. Exames complementares de 25/03/2025: Hb=8,5 g/dL, Ht=13,2%, leucócitos 5.380 mm3, plaquetas 50.000 mm3, neutrófilos 18%, eosinófilos 2%, linfócitos típicos 66%, linfócitos atípicos 10% (total 24%) e monócitos 4%. A recaída na LLA permanece um desafio, afetando 15% a 20% das crianças. O caso evidencia uma evolução típica de LLA-B de alto risco, com DRM positiva persistente e recidiva tardia. Complicações infecciosas e o desabastecimento da PEG-asparaginase agravaram o quadro e dificultaram o tratamento. O caso reforça a importância do acompanhamento rigoroso mesmo após o fim do protocolo, especialmente em pacientes de alto risco.

Conclusão

O caso evidencia os desafios no manejo da LLA-B de alto risco, com destaque para a recidiva tardia, positividade da DRM, infecções e falta de medicamentos. Reforça também a importância do suporte emocional e do acompanhamento prolongado após o tratamento.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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