HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA transfusão de hemocomponentes em pacientes pediátricos é prática essencial em diversas situações clínicas, como anemias, neoplasias e procedimentos cirúrgicos. Apesar dos critérios rigorosos de indicação e preparo, reações transfusionais ainda podem ocorrer, representando um desafio à segurança transfusional. Este estudo visa analisar os tipos de reações, os hemocomponentes envolvidos e os diagnósticos clínicos associados, com base em dados de 50 hospitais particulares da Grande São Paulo.
ObjetivosAvaliar a frequência e o perfil das reações transfusionais em pacientes pediátricos, identificando os tipos mais prevalentes, os hemocomponentes mais relacionados e as principais condições clínicas associadas.
Material e métodosTrata-se de um estudo retrospectivo, conduzido entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro semestre de 2025, com base em notificações de reações transfusionais em pacientes pediátricos atendidos em 50 hospitais particulares da região metropolitana de São Paulo. As variáveis analisadas incluíram tipo de reação, hemocomponente transfundido e diagnóstico clínico no momento da transfusão.
Discussão e conclusãoForam registradas 35 reações transfusionais no período. A maioria foi leve, com 18 casos (51,4%) de reação alérgica e 15 (42,9%) de febre não hemolítica. Apenas dois casos (5,7%) foram de sobrecarga volêmica. A maior parte das reações ocorreu com concentrado de hemácias filtrado e irradiado (22), seguido de hemácias apenas filtradas (5). O concentrado de plaquetas filtrado e irradiado esteve associado a 10 reações, e o filtrado, a 2. Houve ainda uma reação com plaqueta por aférese filtrada e irradiada, três com plasma fresco congelado e três com crioprecipitado. Os principais diagnósticos clínicos no momento da transfusão incluíram casos oncológicos (9), cardiopatias congênitas (5) e anemias (5). Também foram relatados reações em pacientes com bronquites agudas (3), prematuridade (3), sepse (3) e em pós-operatórios (2). Outras condições menos frequentes incluíram escoliose, sangramento ativo, talassemia, plaquetopenia e choque hipovolêmico, com um caso cada. As reações alérgicas leves e febris não hemolíticas predominaram, o que é compatível com achados em pediatria. A baixa frequência de eventos graves pode estar relacionada ao uso de hemocomponentes submetidos a técnicas como filtragem e irradiação. A maior incidência de reações associadas a hemácias e plaquetas irradiadas reflete o perfil clínico mais complexo de pacientes oncológicos e cardiopatas. As reações transfusionais em pediatria foram pouco frequentes e, na maioria dos casos, leves. O preparo adequado dos hemocomponentes contribui para a segurança transfusional. A vigilância contínua e o registro detalhado desses eventos são essenciais para aprimorar as práticas e prevenir complicações em pacientes pediátricos.




