HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosEstima-se que no Brasil, cerca de 520 mil pessoas tenham hepatite C, sem diagnóstico e tratamento e quase 1 milhão vivem com hepatite B, sendo 700 mil não diagnosticadas. As hepatites são consideradas um problema de saúde pública que precisa ser combatido. Nos bancos de sangue, os doadores devem ser testados para Hepatite C (HCV) e Hepatite B (Anti-HBc e HBsAg), além dos demais parâmetros exigidos por portaria, dessa forma o monitoramento dos doadores de sangue é um importante marcador epidemiológico.
ObjetivosAvaliar o descarte sorológico de Hepatite B e Hepatite C nos doadores de sangue da Colsan, no período de 2018 a 2024 e comparar com os dados da população brasileira.
Material e métodosFoi realizado levantamento das informações da coleta e do descarte sorológico de 1.121.940 doadores triados no período de 2018 a 2024 pelo laboratório de sorologia da COLSAN. A metodologia utilizada foi eletroquimioluminescência. Os dados foram coletados de relatórios emitidos pelo sistema informatizado utilizado na Instituição (Hemosys e Eblood) e analisados em indicadores mensais da Instituição.
Discussão e conclusãoEm 2018 foram encontrados os maiores índices de descarte do período analisado, sendo 0,07% para HBsAg, 0,85% para Anti-HBc e 0,30% para HCV. Em 2019 os valores começaram a apresentar uma queda, sendo 0,05% para HBsAg, 0,63% para Anti-HBc e 0,23% para HCV. Em 2020 os valores encontrados no descarte foram 0,03% para HBsAg, 0,60% para Anti-HBc e 0,21% para HCV. Os valores de descarte encontrados em 2021 foram 0,04% para HBsAg, 0,53% para Anti-HBc e 0,18% para HCV. Em 2022 os valores encontrados no descarte foram 0,03% para HBsAg, 0,51% para Anti-HBc e 0,18% para HCV. Os valores de descarte encontrados em 2023 foram 0,03% para HBsAg, 0,49% para Anti-HBc e 0,15% para HCV. Em 2024, foram encontrados os menores valores no período analisado, sendo 0,02% para HBsAg, 0,38% para Anti-HBc e 0,09% para HCV. De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais de 2023, nos últimos anos, houve uma queda nos casos de hepatite B e C no Brasil, tanto em número de novos casos como em taxa de detecção. A hepatite B apresentou uma redução de 36% nos casos de 2019 a 2022 e uma queda de 7,8% no número de casos comparado 2023 a 2022, com uma taxa de detecção de 4,7 casos por 100.000 habitantes. Já a hepatite C, apresentou uma queda de 8,4% no número de casos quando comparado 2023 a 2022, com uma taxa de detecção de 7,6 casos por 100.000 habitantes. Os dados encontrados nos doadores de sangue corroboram com os dados do Brasil, apresentando uma queda no decorrer dos anos. As quedas podem ser associadas ao aumento da vacinação contra a hepatite B, aumento do acesso ao tratamento da hepatite C pelo SUS e ações de prevenção e controle pelos órgãos competentes. Apesar da queda nos casos, as hepatites B e C continuam sendo um problema de saúde pública, especialmente devido ao risco de evoluir para formas graves.
ReferênciasBrasil (Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e IST), 2023 Epidemiologia das hepatites virais no Brasil entre 2010 e 2020. The Brazilian Journal of Infectious Diseases, 26(S1). Hepatites virais no Brasil: uma revisão sobre história, epidemiologia e atuação do enfermeiro. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences.




