HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA eritrocitférese terapêutica é uma intervenção essencial no manejo de complicações graves da doença falciforme e em situações como na gestação pode ser uma das poucas opções disponíveis. O acesso venoso periférico adequado é um desafio em pacientes gestantes com histórico de múltiplas punções, podendo inviabilizar o procedimento. A punção ecoguiada surge como alternativa segura, eficaz para viabilizar terapias de aférese de alta complexidade.
Descrição do casoDescrever a experiência da utilização de punção venosa ecoguiada em pacientes com necessidade de eritrocitférese. Relato de Experiência: Gestante de 23 anos, portadora de anemia falciforme HbSS, foi admitida no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (HEMOCE) com indicação urgente de eritrocitaférese. A paciente apresentava veias periféricas esgotadas, com falhas prévias de punção convencional. Optou-se pelo uso de punção venosa guiada por ultrassom (USG) para implantação de acesso venoso periférico que possibilite um bom fluxo para a máquina. Após criteriosa avaliação da rede venosa da paciente, o procedimento foi realizado à beira leito, com punção bem-sucedida na primeira tentativa, em uma veia identificada por USG no membro superior, utilizando uma sonda linear em modo B, por uma profissional treinada para a realização do procedimento. Foi utilizado um cateter curto 18G e realizados todos os procedimentos de assepsia, fixação e manutenção do cateter conforme punção convencional até a finalização do procedimento. A sessão de eritrocitaférese transcorreu sem intercorrências, com fluxo sanguíneo médio de 80 mL/min e duração de 2 horas e 20 minutos. A paciente apresentou melhora clínica significativa, sem complicações locais ou sistêmicas. O caso evidencia que o uso de punção ecoguiada em pacientes com difícil acesso venoso é uma estratégia eficaz para garantir a realização de procedimentos críticos como a eritrocitaférese. Além de reduzir riscos e o desconforto do paciente associados a múltiplas tentativas de punção sem sucesso, otimiza o tempo do procedimento e a segurança materno-fetal.
ConclusãoA punção venosa ecoguiada demonstrou-se fundamental para viabilizar a eritrocitaférese em gestante com acesso periférico inviável, garantindo segurança, fluxo ideal para a máquina e sucesso na aplicação da terapia. A incorporação sistemática dessa técnica pode ampliar a elegibilidade de pacientes críticos para terapias de aférese, devendo ser sustentada pelo treinamento das equipes para identificação da necessidade e para a execução.




