HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO papel do farmacêutico clínico na oncologia e onco-hematologia é cada vez mais evidente na jornada do paciente, seja pela otimização da farmacoterapia, prevenção e manejo de reações adversas, educação ao paciente e à equipe, participação em protocolos e decisões clínicas, segurança do paciente e redução de custos. Entretanto, são escassos os estudos que abordem critérios de priorização para o acompanhamento dos pacientes oncológicos e onco-hematológicos durante a internação hospitalar.
ObjetivosApresentar a experiência piloto de priorização de pacientes internados para acompanhamento pela farmácia clínica no Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição.
Material e métodosBuscou-se a implementação da farmácia clínica no Centro de Onco-Hematologia através de um serviço contemplando as seguintes atividades: 1) participação, junto à equipe multiprofissional, na avaliação de todos os pacientes candidatos ao transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH); 2) consulta farmacêutica de admissão de todos os pacientes internados na oncologia e hematologia, envolvendo a realização de conciliação medicamentosa; 3) após discussão em equipe, optou-se pelo acompanhamento farmacoterapêutico durante o período de internação dos pacientes que atenderam os seguintes critérios: pacientes com protocolos de quimioterapia de altas doses, pacientes em início de quimioterapia (QT) via oral, pacientes com medicamentos administrados por sonda, pacientes com diagnóstico de leucemias agudas e pacientes internados para TCTH. Além disso, instituiu-se a participação efetiva dos farmacêuticos clínicos nos rounds das especialidades envolvidas e resolução de demandas relacionadas à terapia medicamentosa através de consultorias solicitadas pela equipe.
ResultadosDurante o período de 01/07 a 31/07/25, foram realizados 225 atendimentos farmacêuticos. Destes, 48 foram consultas farmacêuticas de admissão, nas quais a conciliação medicamentosa foi efetuada em 11 pacientes, totalizando 32 medicamentos avaliados. Vinte e seis pacientes atenderam critérios para acompanhamento, sendo 4 pacientes em TCTH, 15 pacientes com leucemias agudas, 4 pacientes com sonda nasoentérica, 1 paciente com jejunostomia, 1 paciente em início de quimioterapia via oral e 1 paciente com protocolo de QT em altas doses e sonda nasoentérica. Durante o acompanhamento, foram realizadas 21 intervenções que não necessitaram de modificações na prescrição, sendo a mais prevalente o monitoramento de interações medicamentosas de relevância clínica, em 4 pacientes. Além disso, foram efetuadas 19 intervenções com necessidade de modificação da prescrição, com percentual de aceitação de 63,15%, sendo a identificação de incompatibilidade em Y a mais prevalente (5 intervenções) e necessidade de inclusão de medicamentos de uso prévio (5 intervenções).
Discussão e conclusãoOs critérios de priorização eleitos mostraram-se efetivos na identificação de pacientes com demandas clínicas relevantes relacionadas à farmacoterapia, mostrando-se também factíveis, e serão adotados como rotina no serviço. Os dados aqui apresentados, em caráter piloto, evidenciaram a importância da presença do farmacêutico clínico nas equipes multidisciplinares como ponto fundamental para assegurar a segurança do paciente e diminuir a ocorrência de problemas relacionados a medicamentos.




