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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 63
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PREVALÊNCIA DE HEMOGLOBINA S EM DOADORES DE SANGUE EM 2024 NO HEMONORTE E SUA IMPORTÂNCIA PARA A SEGURANÇA TRANSFUSIONAL
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FA Vieira Junior, MSC Bandierini, IPD Oliveira, LRM Bezerra, RT Silva, KKP Bezerra, LN Miranda, ARV Morais, LSS Oliveira, EC Barbosa
Centro de Hemoterapia e Hematologia de Natal (HEMONORTE), Natal, RN, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A hemoglobina S (HbS), variante anormal da hemoglobina, está associada à doença falciforme e ao traço falciforme, condição hereditária comum em populações afrodescendentes. Sua presença em hemocomponentes representa risco para determinados receptores e pode gerar perdas técnicas durante o processamento. A Portaria GM/MS n° 5/2017 estabelece critérios específicos para o uso dessas bolsas, restringindo sua aplicação em grupos vulneráveis. A triagem adequada desses doadores é uma medida fundamental para garantir a segurança transfusional e o aproveitamento racional dos estoques.

Descrição do caso

No ano de 2024, um total de 46.238 doadores de sangue foram triados em um serviço público de hemoterapia. Desses, 960 (2,08%) apresentaram resultado positivo para HbS, identificado por eletroforese de hemoglobina. Esses doadores, classificados como portadores do traço falciforme ou, mais raramente, da forma homozigótica da hemoglobina S, tiveram suas bolsas classificadas com restrição de uso. Conforme a Portaria GM/MS n° 5/2017, bolsas com hemácias contendo HbS não devem ser destinadas a recém-nascidos, pacientes imunodeprimidos ou portadores de hemoglobinopatias. Em tais situações, o risco de falcização das hemácias transfundidas, hipoperfusão tecidual e eventos adversos é elevado. Por isso, essas bolsas só podem ser utilizadas em adultos imunocompetentes, com critérios clínicos específicos. Além das implicações clínicas, há também consequências técnicas. Quando essas bolsas são submetidas à filtragem para leucorredução ‒ processo essencial em várias indicações transfusionais ‒ ocorre frequentemente obstrução dos filtros, devido às características deformáveis das hemácias HbS. Esse entupimento inviabiliza o processo, levando ao descarte do hemocomponente mesmo quando o uso seria permitido. Essa perda operacional destaca a importância de identificar previamente os doadores com HbS, permitindo direcionamento adequado das bolsas e evitando desperdícios.

Conclusão

A triagem de hemoglobina S em doadores de sangue é essencial não apenas para proteger pacientes vulneráveis, mas também para preservar a qualidade técnica dos processos transfusionais. A prevalência de 2,08% de HbS entre os doadores reforça a necessidade de manutenção e valorização desse procedimento nos serviços de hemoterapia. A correta identificação e classificação dessas bolsas garante segurança ao receptor, evita perdas técnicas e contribui para o uso racional dos recursos disponíveis.

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Referências:

  • 1.

    Brasil. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS n° 5, de 28 de setembro de 2017. Dispõe sobre o regulamento técnico de procedimentos hemoterápicos.

  • 2.

    Ministério da Saúde. Manual de Hemoterapia: procedimentos técnicos. Brasília: MS, 2016.

  • 3.

    Ferreira, R. O.; et al. Importância da triagem de hemoglobina S em doadores de sangue. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 2018.

  • 4.

    Organização Pan-Americana da Saúde. Hemoglobinopatias nas Américas: desafios e estratégias. OPAS, 2017.

  • 5.

    Sistema Hemovida – HEMONORTE.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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