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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2378
Acesso de texto completo
PREVALÊNCIA DAS MUTAÇÕES QUE POSSAM CONFERIR RESISTÊNCIA AOS MEDICAMENTOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DO CITOMEGALOVÍRUS
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PRE Gomesa, SF Costab, EC Sabinoc,d, CS Alencare
a Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
b Departamento de Infectologia e Medicina Tropical, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
c Instituto de Medicina Tropical, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
d Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
e LIM 03 Laboratório de Medicina Laboratorial, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A infecção por citomegalovírus (CMV) é uma das principais complicações infecciosas em pacientes submetidos a transplantes de órgãos sólidos e de células-tronco hematopoiéticas. Sua capacidade de latência e reativação associada à imunossupressão, facilita a propagação viral após o transplante. O CMV pode causar desde infecções assintomáticas até doenças invasivas graves, como pneumonite, colite, retinite, úlceras e perda do enxerto, comprometendo a sobrevida do paciente e a função do órgão. A detecção de mutações associadas à resistência antiviral é essencial, pois essas alterações podem tornar a infecção refratária ao tratamento, agravando o quadro clínico e impactando negativamente a qualidade de vida dos pacientes. Diante disso, conhecer mutações do vírus circulante em nossa realidade não é apenas uma necessidade, é uma corrida contra o tempo para evitar falhas terapêuticas em pacientes que já enfrentam o limite entre risco e recuperação.

Objetivos

O objetivo é analisar e identificar possíveis mutações das regiões UL56 e UL54 que possam conferir resistência aos antivirais utilizados no tratamento do CMV.

Material e métodos

Serão avaliadas 47 amostras de pacientes com carga viral para o citomegalovírus (CMV), com idades entre 19 e 70 anos, submetidos a transplante de fígado ou de medula óssea no Hospital das Clínicas da FMUSP. A técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), foi utilizada para amplificar regiões alvo dos genes UL54 e UL56 do genoma viral. Foram utilizados primers específicos e validados, sob condições otimizadas de amplificação, assegurando a especificidade e reprodutibilidade dos resultados. Os produtos amplificados foram analisados por eletroforese e posteriormente submetidos ao sequenciamento pelo método de Sanger para a identificação de mutações associadas à resistência antiviral do CMV.

Resultados

Das 47 amostras provenientes de pacientes transplantados, foi possível obter amplificação positiva da região UL56 em 16 amostras (34%) e da região UL54 em 7 amostras (14,9%), por meio de reação em cadeia da polimerase (PCR). As amostras amplificadas serão posteriormente submetidas ao sequenciamento de Sanger, com o objetivo de verificar possíveis mutações. Esses dados preliminares demonstram a viabilidade da amplificação de regiões-alvo do CMV em amostras clínicas de receptores de transplante, representando um passo essencial para análises genotípicas subsequentes. Até o momento, algumas dessas amostras já foram sequenciadas, e não foram identificadas mutações associadas à resistência aos antivirais.

Discussão e conclusão

A detecção e monitoramento do citomegalovírus (CMV) em pacientes transplantados representam um desafio clínico importante, especialmente diante do risco de resistência antiviral. A identificação de mutações em regiões específicas do genoma viral, como UL54 e UL56, está diretamente associada à falha terapêutica e à necessidade de ajustes no tratamento. A escolha dessas regiões foi baseada em sua relevância descrita na literatura, por estarem associadas aos principais mecanismos de resistência aos antivirais atualmente utilizados, como o ganciclovir, foscarnet e o letermovir. Os dados obtidos, embora preliminares, reforçam a importância da triagem molecular em tempo oportuno, especialmente em contextos de carga viral persistente ou falha terapêutica. A possibilidade de identificar mutações com relevância clínica permanece em aberto, alimentando a expectativa por achados que possam influenciar diretamente o paciente.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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