HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA transfusão de hemocomponentes é uma prática terapêutica amplamente utilizada em ambientes hospitalares, especialmente em unidades de terapia intensiva, centros cirúrgicos e prontos atendimentos. Avaliar o perfil transfusional em instituições de saúde permite compreender padrões de uso, identificar demandas críticas e apoiar decisões clínicas e logísticas. Essa análise se torna ainda mais relevante em serviços de hemoterapia que prestam suporte a múltiplos hospitais, como é o caso do Grupo GSH em Campo Grande/MS.
ObjetivosAnalisar o perfil epidemiológico transfusional em dois hospitais de Campo Grande atendidos pelo Grupo GSH, com foco na distribuição de hemocomponentes, classificação de urgência e setores hospitalares.
Material e métodosEstudo retrospectivo, descritivo, com análise de dados de transfusões realizadas nos em dois hospitais no período de junho/2022 a junho/2025. As informações foram extraídas de planilhas consolidadas do sistema de hemoterapia, incluindo tipo de hemocomponente, setor solicitante, classificação de urgência e data da transfusão. Foram agrupados os hemocomponentes conforme categorias: Concentrado de Hemácias, Plaquetas Randômicas, Plaquetas por Aférese, Crioprecipitado e Plasma Fresco Congelado.
ResultadosForam registradas 8.134 transfusões no total. O hemocomponente mais utilizado foi o concentrado de hemácias (4.300), seguido por plaquetas randômicas (2.469), plasma fresco congelado (550), crioprecipitado (159) e plaquetas por aférese (76). Em ambas as unidades os principais setores solicitantes são UTI Clínicas, Cirúrgicas e Cardiológicas, representado por 54% (4.395) das transfusões. No cruzamento hemocomponente × urgência, hemácias concentradas foram amplamente utilizadas em situações de urgência 3h e programadas, enquanto plaquetas randômicas apareceram também com frequência nesses mesmos contextos.
Discussão e conclusãoOs dois hospitais apresentam perfil transfusional semelhante, com predomínio de uso de concentrado de hemácias e ampla demanda por transfusões em caráter urgente. Diferenças pontuais foram observadas no uso de plaquetas por aférese e na distribuição de setores hospitalares. A padronização das práticas transfusionais e a vigilância contínua dos indicadores são fundamentais para garantir a segurança do paciente e a gestão eficiente dos estoques hemoterápicos. O estudo evidenciou um padrão transfusional no uso de concentrados de hemácias, com elevada demanda em situações de urgência, principalmente nas unidades de terapia intensiva. A análise conjunta das unidades permite a identificação de tendências e subsidiará estratégias para aperfeiçoamento do uso racional de hemocomponentes.




